Estudo da Alerj: petróleo e gás natural são pouco aproveitados - Divulgação / Petrobras
Estudo da Alerj: petróleo e gás natural são pouco aproveitadosDivulgação / Petrobras
Por O Dia
Rio - Um estudo realizado pela Assessoria Fiscal da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) aponta que as oportunidades que o setor de petróleo e gás natural (P&G) oferecem para o desenvolvimento do estado ainda são de pouco aproveitamento das suas potencialidades. 
Segundo a nota técnica produzida por especialistas sob o comando do economista Mauro Osório, o Rio de Janeiro tem 85% das reservas de petróleo do Brasil, mas o estado possui apenas 19% dos fornecedores e prestadores de serviços da Petrobras, que tem 70% destes contratos no exterior. Mais da metade do gás produzido atualmente no estado é rejeitado ou queimado, ao invés de ser utilizado pela indústria ou pelos centros urbanos.
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Os números compilados na pesquisa revelam a dimensão da concentração das atividades de P&G no estado, que representam 53,4% do Valor da Transformação Industrial (VTI) na extração e 83,3% das atividades de apoio à extração. Mas quando se olha para o refino e a produção de derivados, a participação fluminense na cadeia produtiva cai para 23,7% da indústria nacional.
"Avançar nessa segunda etapa seria medida importante para incrementar a geração de empregos e renda. O setor tem capacidade de gerar altos salários: enquanto trabalhadores da indústria fluminense ganham, em média, R$ 4.606,26; no conjunto de atividades relacionadas com o sistema produtivo de P&G o salário médio chegava a R$ R$ 9.280,31", diz um trecho da nota técnica.
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O documento cita experiências bem sucedidas de regiões petrolíferas como Starvanger, na Noruega, e também o caso do Texas, nos Estados Unidos. Os especialistas ressaltam ainda a capacidade do setor para atrair inovação, com vantagens competitivas que vão além das oferecidas pela localização das jazidas. Há oportunidades estrategicamente ligadas a segmentos da indústria de transformação e serviços na área de conhecimento.
Segundo a nota, o grupo que integra Fórum Rio de Desenvolvimento do Estado, criado pelo Legislativo fluminense e formado por deputados federais, reitores e economistas das universidades públicas, planeja aprofundar o estudo com a realização de três encontros, que vão abordar a ampliação da cadeia de fornecedores e serviço, a geração de emprego e o uso do gás como insumo para uma ampla cadeia industrial.
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"A Alerj tem ido além do debate, aprovando leis que dão ao Estado instrumentos para que ele cumpra seu papel de indutor no desenvolvimento. Na semana passada, os deputados aprovaram o PL 3.265/20, que cobra das empresas o cumprimento do Conteúdo Local, percentual de contratos reservados à indústria regional", diz a nota.