Taxa de desocupação no Brasil ficou em 14,7% no trimestre encerrado em março
Taxa de desocupação no Brasil ficou em 14,7% no trimestre encerrado em marçoMarcello Casal Jr / Agência Brasil
Por O Dia
O número de brasileiros desempregados chegou a 14,8 milhões de pessoas no primeiro trimestre do ano. De acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), do IBGE, divulgada nesta quinta-feira, a taxa de desocupação no país subiu 0,8%, fechando os primeiros três meses deste ano em 14,7%. A taxa é maior da série histórica, que iniciou em 2012. 
A população desocupada (14,8 milhões de pessoas) também é recorde da série histórica, crescendo 6,3%, com mais 880 mil pessoas ante o trimestre de outubro a dezembro de 2020 (13,9 milhões de pessoas) e subindo 15,2% (mais 1,956 milhão de pessoas) frente ao mesmo trimestre móvel do ano anterior (12,9 milhões de pessoas).

A população ocupada (85,7 milhões de pessoas) ficou estável em relação ao trimestre móvel anterior e caiu 7,1%, (menos 6,6 milhões de pessoas) frente ao mesmo trimestre de 2020.

O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) chegou a 48,4%, caindo 0,5%. frente ao trimestre móvel de outubro a dezembro (48,9%) e recuando 5,1% em relação a igual trimestre de 2020 (53,5%).

A taxa composta de subutilização (29,7%) subiu 0,9% frente ao trimestre móvel anterior (28,7%) e subiu 5,3% frente ao mesmo trimestre de 2020 (24,4%).

A população subutilizada (33,2 milhões de pessoas) cresceu nas duas comparações: 3,7% (mais 1,2 milhão de subutilizados) frente ao trimestre móvel anterior e 20,2% (mais 5,6 milhões de pessoas) em relação ao mesmo trimestre de 2020.

A população fora da força de trabalho (76,5 milhões de pessoas) ficou estável ante o trimestre anterior e cresceu 13,7% (9,2 milhões de pessoas) frente a igual trimestre de 2020.

A população desalentada (6,0 milhões de pessoas) é recorde da série histórica, ficando estável frente ao trimestre móvel anterior e crescendo 25,1% ante o mesmo período de 2020. O percentual de desalentados na força de trabalho ou desalentada (5,6%) ficou estável frente ao trimestre móvel anterior (5,5%) e subiu 1,3 p.p. ante o mesmo período de 2020 (4,3%).
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Carteira de trabalho

O número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado (exclusive trabalhadores domésticos) foi de 29,6 milhões de pessoas, com estabilidade frente ao trimestre anterior e queda de 10,7% (menos 3,5 milhões de pessoas) frente ao mesmo período de 2020.

O número de empregados sem carteira assinada no setor privado (9,7 milhões de pessoas) caiu nas duas comparações: 2,9% ante o trimestre móvel anterior e 12,1% (menos 1,3 milhão de pessoas) frente a igual trimestre de 2020.

O número de trabalhadores por conta própria (23,8 milhões) teve alta de 2,4% frente ao trimestre móvel anterior (mais 565 mil de pessoas) e ficou estável na comparação anual.

A categoria dos trabalhadores domésticos (4,9 milhões de pessoas) ficou estável frente ao trimestre anterior, mas recuou 17,3% (-1,0 milhão de pessoas) ante o mesmo período de 2020.
Informalidade

A taxa de informalidade foi de 39,6% da população ocupada, ou 34,0 milhões de trabalhadores informais. No trimestre anterior, a taxa havia sido 39,5% e no mesmo trimestre de 2020, 39,9%.

O rendimento real habitual (R$ 2.544) ficou estável em ambas as comparações. Já a massa de rendimento real habitual (R$ 212,5 bilhões) ficou estável ante o trimestre móvel anterior e caiu 6,7% frente ao mesmo trimestre de 2020 (menos R$ 15,2 bilhões).
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No trimestre móvel de janeiro a março de 2021, a força de trabalho (pessoas ocupadas e desocupadas), estimada em 100,5 milhões, ficou estável ante o trimestre móvel anterior e recuou 4,4% (menos 4,6 milhões de pessoas) frente ao mesmo trimestre de 2020.

O número de ocupados em todos os grupamentos de atividades ficou estável frente ao trimestre de outubro a dezembro de 2020.

Ante o mesmo trimestre móvel de 2020, houve quedas em sete grupamentos: Indústria Geral (-7,7%, ou menos 914 mil pessoas), Construção (-5,7%, ou menos 361 mil pessoas), Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (-9,4%, ou menos 1,6 milhão de pessoas), Transporte, armazenagem e correio (-11,1%, ou menos 542 mil pessoas), Alojamento e alimentação (-26,1%, ou menos 1,4 milhão de pessoas), Outros serviços (-18,6%, ou menos 917 mil pessoas) e Serviços domésticos (-17,3%, ou menos 1,04 milhão de pessoas). A única alta foi em Agricultura (4,0% ou mais 329 mil pessoas). Os dois grupamentos restantes mostraram estabilidade.

O número de empregadores (3,8 milhões de pessoas) ficou estável em relação ao trimestre móvel anterior e recuou 14,0% (menos 616 mil pessoas) ante o mesmo trimestre de 2020. O número de empregadores com CNPJ (3,095 milhões) é o mais baixo desta série, iniciada em 2016, ficando estável ante o trimestre móvel anterior e caindo 13,7% (menos 489 mil pessoas) na comparação anual.

Já o grupo dos empregados no setor público (11,8 milhões de pessoas), que inclui servidores estatutários e militares, caiu 2,9% (menos 351 mil pessoas) frente ao trimestre anterior e ficou estável frente ao mesmo período de 2020.

O número de subocupados por insuficiência de horas trabalhadas (7,0 milhões de pessoas) ficou estável ante o trimestre anterior e cresceu 8,7% (mais 565 mil pessoas) frente ao mesmo tri de 2020.
Rendimento médio habitual
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Quanto ao rendimento médio real habitual, frente ao trimestre anterior, não houve variações significativas no rendimento de nenhum dos dez grupamentos de atividade.

Frente ao trimestre móvel de janeiro a março de 2020, houve quedas no rendimento real habitual de três grupamentos de atividade: Construção (-7,3%), Transporte, armazenagem e correio (-7,0%) e Serviços domésticos (-3,9%). Os outros sete grupamentos mostraram estabilidade nessa comparação.

Entre as categorias de ocupação, frente ao trimestre anterior, apenas houve alta no rendimento médio real habitual dos Empregados do setor público sem carteira de trabalho assinada (10,6%), com estabilidade nas demais categorias.

Frente ao mesmo trimestre de 2020, houve quedas no rendimento dos Trabalhadores domésticos
(-3,9%), dos Trabalhadores domésticos com carteira (-3,5 %) e dos Trabalhadores domésticos sem carteira (-3,9%). Houve alta de 9,7% no rendimento dos Empregados do setor público sem carteira. As demais categorias de emprego não tiveram variações significativas no rendimento.