Ministério de Minas e Energia durante coletiva de imprensa para anunciar novo programa de descontos para consumidoresDivulgação

O Ministério de Minas e Energia anunciou nesta quarta-feira, 25, que realizará um programa para a redução voluntária do consumo de energia elétrica para consumidores residenciais. A partir do dia 1º de setembro, o governo concederá descontos na conta de luz de quem economizar. 
Embora tenha anunciado nesta quarta-feira, as regras da medida devem ser divulgadas só na próxima semana. "O programa está sendo estruturado e contará com definição de meta mínima de redução para concessão de crédito", informou o ministério. A medida foi anunciada em razão da pior crise hídrica nos últimos 91 anos, com grave escassez nos reservatórios das principais usinas hidrelétricas.
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"Estamos avaliando a metas para todos os consumidores que estarão fixadas na conta de luz. Ganha o consumidor que reduziu e o que não reduziu também, porque o custo total do atendimento, na margem, é menor. Haverá uma premiação para os consumidores que atingirem essa média (de redução). A ideia é premiar aqueles consumidores que tenham um esforço de reduzir a carga", disse o secretário de Energia Elétrica do ministério, Christiano Vieira.
O governo espera, segundo ele, que o programa de redução de consumo voluntário voltado para os grandes consumidores, e as demais iniciativas, sejam opções mais "econômicas". "Com economia voluntária, poderemos não colocar em operação usinas com custo acima de R$ 2 mil/MWh", afirmou, em nota.
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Apesar do novo programa, em entrevista coletiva nesta tarde, o ministro Bento Albuquerque reafirma que o Brasil não enfrentará racionamento de energia. "Entendemos o programa como medida de economia, que devem ser aplicadas sempre. Não trabalhamos com hipótese de racionamento. Isso tem que ficar muito claro", explicou ele.
Para garantir o abastecimento de energia elétrica, o governo tem autorizado o acionamento de usinas termelétricas, até mesmo as mais caras. Segundo o secretário, hoje há usinas em uso que custam acima de R$ 2 mil por megawatts-hora (MWh).
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Na segunda-feira, 23, o MME publicou as regras para o programa similar de redução voluntária do consumo de energia, mas voltado para grandes consumidores, como as indústrias. Em contrapartida, as empresas vão receber compensações financeiras.
Sem chuvas
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Albuquerque afirmou que as perspectivas de chuvas até o fim do período seco deste ano, meados dos meses de setembro e outubro, "não são boas no momento".

Em entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira, ele afirmou que os meses de julho e agosto registraram a pior quantidade de águas que chegaram nos reservatórios da série histórica. "As perspectivas para o futuro que temos até agora, em termos de precipitação até o final do período seco, não são boas. Permanece com a perspectiva de menores precipitações até o final do período seco, até o final de setembro, outubro", afirmou.

O ministro afirmou que o governo monitora o setor elétrico 24 horas por dia e que nesta semana foram realizadas reuniões importantes de forma extraordinária, do CMSE e da Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (CREG). "Identificamos que os meses de julho e agosto foram os piores meses da série histórica de monitoramento do nosso setor elétrico. Particularmente, os reservatórios da região Sul, que corresponde a 10% da nossa capacidade de armazenamento e dos reservatórios do Sistema Interligado Nacional como um todo. Isso evidentemente que causa consequência para a gestão hidroenergética do nosso sitema", afirmou.

Na terça, 24, o ministério admitiu, em nota, uma "relevante piora" no cenário hídrico do País e nas projeções para os próximos meses. O governo anunciou novas medidas para restringir o uso de água e afirmou ser "imprescindível" a adoção de todas as ações em andamento e propostas para garantir o fornecimento de energia.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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