BC adia a implementação da terceira fase do Open BankingFelipe Carvalho

A terceira fase do Open Banking, que estava prevista para começar nesta segunda-feira, 30, foi adiada para o dia 29 de outubro, conforme informou o Banco Central. De acordo com a instituição, "o pedido feito ao Banco Central decorreu da necessidade de ajustes nas especificações técnicas, que comprometeram o prazo para realização de testes para a certificação das instituições". 
Nesta terceira fase, o BC vai implementar pagamentos e o Pix ao sistema. Será possível que o cliente pague contas e faça transferências bancárias fora do internet banking ou do aplicativo do banco, por meio de um aplicativo intermediário. Um modelo de negócio poderá aparecer no comércio eletrônico: por exemplo, ao comprar em um site de e-commerce será possível dar consentimento para um pagamento ou uma transferência dentro do próprio site de vendas, sem precisar acessar diretamente o aplicativo ou o site do banco. 
"O Banco Central reforça o seu compromisso para que o Open Banking alcance os seus objetivos, de forma segura e efetiva para os clientes das instituições participantes, permanecendo vigilante no processo de sua implementação", diz o comunicado. 
Para advogado Marcelo Godke, especialista em Direito Empresarial e Societário, o Open Banking tem potencial para se tornar o maior projeto de sistema financeiro aberto do mundo. "O maior projeto de Open Banking não vai ser o americano, pois nos Estados Unidos o mercado já é pulverizado e existem milhares de instituições financeiras ativas, que já emprestam dinheiro para micro e pequenas empresas, então já existe uma competição muito grande por lá. E isso a gente ainda não vê no Brasil, pois aqui o mercado é altamente concentrado", explicou. 
Godke reforça, ainda, que a implementação do sistema deve ser consideravelmente benéfica aos usuários. "As instituições mais eficientes vão acabar tendo taxas mais atrativas. Não acho que isso deva acontecer de um dia para o outro, devemos presenciar uma mudança que será paulatina, pois nosso mercado ainda é muito concentrado, com quatro instituições que dominam mais de 85% dos ativos financeiros. Então, não acredito que esse mercado irá se desconcentrar rapidamente, mas no longo prazo isso vai acontecer e será positivo para o consumidor", ponderou. 
Após a terceira fase, o Open Banking também irá implementar aos poucos outras modalidades de pagamento, como as transferências bancárias, em fevereiro de 2022, os boletos, em junho de 2022 e o débito em conta, em setembro de 2022. A quarta e última fase do projeto está prevista para dezembro de 2022, quando serão adicionados serviços financeiros como investimentos e seguros.
Segurança

Todas as operações do Open Banking ocorrem em um ambiente com diversas camadas de segurança, seguindo padrões consolidados no sistema bancário.

Além disso, o setor financeiro é regulado e fiscalizado pelo Banco Central, está empenhado em adotar medidas para garantir a privacidade e a segurança de dados pessoais, e ainda conta com os controles necessários para tratamento de dados que envolvem sigilo bancário. Os bancos investem anualmente cerca de R 25,7 bilhões em tecnologia, sendo que deste total, 10% são voltados para a cibersegurança.