Ministro da Economia Paulo GuedesMarcello Casal Jr/ Agência Brasil

Em maus lençóis desde a comprovação que mantém conta em paraíso fiscal, o ministro da Economia Paulo Guedes foi alertado sobre a Lei do Conflito de Interesses no dia 30 de setembro, três dias antes da divulgação dos "Pandora Papers", que comprovaram a existência da Dreadnoughts International, nas Ilhas Virgens Britânicas, em nome de Guedes e família. 
O ministro e todos os servidores federais receberam um email explicando a legislação e que, em caso de dúvidas, deveriam consultar a Comissão de Ética Pública da Presidência, informou o portal Metrópoles
No corpo da mensagem, vinha um dos artigos da lei sancionada em 2013: "divulgar ou fazer uso de informação privilegiada, em proveito próprio ou de terceiro, obtida em razão das atividades exercidas" configuraria crime.
Segundo a defesa do ministro, todos os valores foram declarados à Receita Federal e a conta não é movimentada desde que Guedes assumiu o governo.

Vai ter que se explicar

A Câmara dos Deputados aprovou na tarde desta quarta-feira, 6, a convocação de Paulo Guedes para explicar ao plenário a manutenção de offshore. Guedes teria uma empresa em paraíso fiscal e se beneficiado com decisões da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Ao todo, 310 deputados votaram à favor da convocação de Guedes, enquanto 142 se posicionaram contra a proposta. O ministro também deverá prestar esclarecimentos para uma comissão da Casa e para o Senado.

Centrão de olho na vaga

O Centrão já está de olho na cadeira de comandante do Ministério da Economia. Após o desgaste do atual ministro Paulo Guedes com a denúncia de sua offshore milionária em paraíso fiscal, caciques do grupo se movimentam para emplacar um substituto.
O "substituto natural" seria Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (BC), mas além de também ter empresa offshore, está com mandato vigente como diretor da autoridade monetária. 
Com isso, o nome principal para assumir o comando da economia nacional é o de Pedro Guimarães, presidente da Caixa Econômica Federal. O nome já estaria sendo ventilado entre integrantes do mercado, informou o colunista Igor Gadelha