Érica Santos trabalha vendendo doces em feiras livres na cidade do Rio de JaneiroReginaldo Pimenta / Agência O Dia
Ainda em Habitação, o instituto ressalta que a variação positiva da taxa de água e esgoto (0,37%), consequência dos reajustes de 11,93% em Recife (8,07%), válido desde 19 de agosto, e de 9,07% em uma das concessionárias de Porto Alegre (2,30%), em vigor desde 14 de agosto. Já em Belo Horizonte (-1,77%), houve redução por conta da mudança na metodologia de cobrança das tarifas, ocorrida em 1º de agosto. No subitem gás encanado (0,29%), a alta decorre dos reajustes de 5,71% no Rio de Janeiro (0,54%) e de 10,80% em Curitiba (0,98%), ambos em vigor desde 1º de agosto. Os preços do gás de botijão (3,91%) também subiram e acumulam alta de 34,67% nos últimos 12 meses.
O grupo dos Transportes (1,82%) acelerou em relação a agosto, quando variou 1,46%. Mais uma vez, a maior contribuição (0,18 p.p.) veio dos combustíveis, que subiram 2,43%, influenciados pelas altas da gasolina (2,32%) e do etanol (3,79%). Além disso, o gás veicular (0,68%) e o óleo diesel (0,67%) também apresentaram variação positiva.
Ainda em Transportes, o IBGE destaca as altas de 28,19% nas passagens aéreas, após a queda de 10,69% registrada em agosto, e de 9,18% nos transportes por aplicativo, cujos preços já haviam subido 3,06% no mês anterior. Os automóveis novos (1,58%), os automóveis usados (1,60%) e as motocicletas (0,63%) seguem em alta, contribuindo conjuntamente com 0,08 p.p. no IPCA de setembro. Por fim, cabe mencionar a alta de 0,19% nos ônibus intermunicipais, que decorre, em particular, dos reajustes entre 11% e 13% aplicados em Fortaleza (6,55%) a partir de 3 de setembro.
O grupo Alimentação e Bebidas (1,02%) teve variação menor que a de agosto (1,39%). Os produtos para alimentação no domicílio subiram 1,19%, frente ao resultado de 1,63% no mês anterior. No lado das altas, destacam-se as frutas (5,39%), que contribuíram com 0,05 p.p. no índice de setembro, do café moído (5,50%), do frango inteiro (4,50%) e do frango em pedaços (4,42%). Além disso, também foram verificadas altas nos preços da batata-doce (20,02%), da batata-inglesa (6,33%), do tomate (5,69%) e do queijo (2,89%).
A alimentação fora do domicílio também desacelerou, passando de 0,76% em agosto para 0,59% em setembro. O principal fator que levou a essa desaceleração foi a variação negativa registrada no subitem lanche (-0,35%), que havia subido 1,33% no mês anterior. A refeição, por sua vez, apresentou alta de 0,94%, acima do 0,57% observado em agosto. Além disso, os preços da cerveja (1,32%) e do refrigerante e água mineral (1,41%) também subiram.
Ela acrescentou que passou a realizar pesquisas de preços para conseguir comprar o peixe em um valor mais atrativo. "Quando quero comer salmão, tenho que pesquisar, ir ao Mercado de São Pedro, em Niterói, porque vou também para passear. Então, vou pesquisando, comprando e deixando congelado. Agora, sempre temos que pesquisar tudo, porque, de verdade, você tem que fazer mágica com o dinheiro. Não sei como as pessoas que ganham salário mínimo estão conseguindo sobreviver", afirma.
Beatriz também relatou que mudou os hábitos para poupar gastos com os alimentos. "Sinceramente, não costumava olhar o preço de produtos que estava habituada a comprar. Eu colocava no carrinho. Agora, eu olho o preço e faço conta, porque senão você não consegue pagar o condomínio, a conta de luz, que está pela hora da morte, a conta de gás, que está muito cara", finaliza.
Todas as áreas pesquisadas apresentaram alta em setembro. O maior índice foi registrado no município de Rio Branco (1,56%), influenciado pelas altas nos preços da energia elétrica (6,09%) e do automóvel novo (3,57%). Já o menor resultado ocorreu em Brasília (0,79%), por conta da queda nos preços da gasolina (-0,81%) e do seguro de veículo (-3,36%).
INPC sobe 1,20% em setembro
Ainda conforme o IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de setembro subiu 1,20%, 0,32 p.p. acima do resultado de agosto (0,88%). Esse foi o maior resultado para um mês de setembro desde 1994, quando o índice foi de 1,40%. O acumulado no ano foi de 7,21% e, em 12 meses, de 10,78%, acima dos 10,42% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em setembro de 2020, a taxa foi de 0,87%.
Os produtos alimentícios subiram 0,94% em setembro, ficando abaixo da variação observada em agosto (1,29%). Já os não alimentícios tiveram alta de 1,28%, enquanto em agosto haviam registrado 0,75%.
Todas as áreas registraram variação positiva em setembro. O menor índice foi observado no município de Goiânia (0,79%), onde pesaram as quedas nos preços das carnes (-1,65%). Já o maior resultado foi registrado na região metropolitana de Curitiba (1,65%), influenciado pelas altas nos preços da energia elétrica (6,80%) e da gasolina (4,91%).
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