Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Presidente do BC diz que preço da energia sobe cada vez mais no mundo e que 'Brasil está no topo'
Roberto Campos Neto também afirmou que a curva de juros brasileira tem sido afetada por 'todo tipo de ruído', além da própria expectativa de inflação
Enquanto a inflação em 12 meses até setembro chegou as 10,25%, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, voltou a argumentar que os preços de energia estão subindo cada vez mais no mundo todo. "E o Brasil está no topo. A inflação brasileira está muito alta, mas há países próximos de Brasil. As expectativas de inflação subiram bastante para 2021, e podem piorar por reajuste de gasolina", admitiu, em participação em evento virtual organizado pelo Itaú BBA.
O presidente do BC voltou a reclamar que a curva de juros brasileira tem sido afetada por "todo tipo de ruído", além da própria expectativa de inflação.
Mais uma vez, Campos Neto afirmou que há uma onda de ajustes da taxa de juros por diversos países, com o Brasil sendo um dos primeiros a iniciar o ciclo de alta na Selic, desde março deste ano.
Demanda de serviços
O presidente do Banco Central avaliou também que o deslocamento da demanda de serviços para bens observado durante a pandemia tende a ser persistente, mesmo após a reabertura do setor na maioria dos países. "A maioria das economias estão reabertas e a esperada passagem da alta de preços de bens para serviços não tem sido observada. Temos vários programas emergenciais expirando agora em vários países e precisamos ver qual será o impacto disso. Talvez haja algo mais estrutural e permanente nessa mudança de consumo de serviços por bens."
Repetindo a mesma apresentação feita em ocasiões anteriores, Campos Neto mais uma vez citou a chamada "inflação verde" nas cadeias de produção de metais e componentes usados na transição para uma economia mais sustentável.
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