Índice foi de 1,3% no período para o segmento e, para famílias de renda mais alta, foi de 1,09% Marcello Casal Jr/Agência Brasil
O grupo de habitação foi o que mais contribuiu para a alta inflacionária das famílias dos três segmentos de renda mais baixa em setembro. Para essas famílias de renda muito baixa, os reajustes de 6,5% das tarifas de energia elétrica, de 3,9% do gás de botijão e de 1,1% dos artigos de limpeza, foram os principais responsáveis pela alta do grupo habitação. Esse aumento responde por mais da metade da inflação para o segmento.
O segundo segmento que mais influenciou a inflação das famílias de menor renda foi o de alimentos em domicílio, puxados especialmente pelo aumento das frutas (5,4%), das aves e ovos (4,0%) e dos leites e derivados (1,6%). Já para as três faixas de renda mais alta, assim como ocorreu em agosto, o maior impacto partiu do grupo de transportes. A alta inflacionária desse segmento foi influenciada pelos reajustes de 2,3% da gasolina, de 28,2% das passagens aéreas e de 9,2% dos transportes por aplicativo.
Apesar de a inflação em setembro de 2021 ter ficado acima da registrada no mesmo mês de 2020, para todas as classes de renda pesquisadas, o diferencial entre as taxas foi, novamente, maior para as famílias de renda mais alta. As deflações observadas nos planos de saúde (-2,3%) e em serviços pessoais e de recreação, como cabeleireiro (-0,37%) e hospedagem (-0,47%), impactados pelas medidas de restrição social, bem como os aumentos menos intensos em itens de maior peso da cesta de consumo, como gasolina (1,9%) e passagens aéreas (6,4%), explicam o desempenho melhor da inflação, no ano passado, nessa faixa que concentra os maiores rendimentos.
Já para as famílias de menor renda, apesar da alta bem mais intensa dos alimentos no domicílio em setembro de 2020, especialmente do arroz (18%), feijão (4,3%), carnes (4,5%) e óleo de soja (27,5%), o desempenho mais benevolente da energia elétrica (0,07%), do gás de botijão (1,6%), dos aluguéis (0,11%) e dos artigos de higiene (0,20%), no ano passado, explicam essa taxa de inflação mais amena.
Os dados acumulados nos últimos 12 meses revelam que, embora a pressão inflacionária tenha acelerado para todas as faixas de renda, a inflação acumulada nas famílias de renda mais baixa (11%) é 2,1 pontos percentuais maior que a registrada na classe de renda mais alta (8,9%).
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.