Ministro da Economia, Paulo GuedesMarcelo Camargo/Agência Brasil
Mercado prevê juros mais altos após Guedes admitir furar teto de gastos
Economistas preveem que a Selic deve subir dos atuais 6,25% para 7,5% ao ano ainda nesta semana, quando o Copom se reúne
Brasília - Depois de o ministro da Economia, Paulo Guedes, admitir que o teto de gastos será furado, o mercado financeiro aumentou a previsão da taxa básica de juros da economia, a Selic, tanto em 2021 quanto em 2022. As estimativas estão presentes no boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira, 25, pelo Banco Central, que consultou mais de 100 instituições financeiras.
Os economistas preveem que a Selic deve subir dos atuais 6,25% para 7,5% ao ano ainda nesta semana, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne. Até a semana passada, o mercado estimava que a taxa chegaria a 7,25%.
Para o final de 2021, a estimativa é que a Selic encerre em 8,75% ao ano - antes, a previsão era de 8,25%. Já para o final de 2022, a estimativa foi de 8,75% para 9,5% ao ano.
Além da Selic, o boletim Focus também perguntou aos economistas sobre outros índices. Na 29ª semana de aumento, o mercado financeiro elevou de 8,69% para 8,96% a expectativa do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para este ano.
O centro da meta da inflação é de 3,75%, e a taxa é considerada cumprida se fechar o ano entre 2,25% e 5,25%. A projeção do mercado já está acima do dobro da meta oficial.
Já na estimativa para 2022, o mercado aumentou a previsão da inflação de 4,18% para 4,40%, a 13ª alta consecutiva. No ano que vem, a meta central é de 3,50% - será cumprida se ficar entre 2% e 5%.
Já no que diz respeito ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa foi reduzida de 5,01% para 4,97% em 2021. Para 2022, a previsão de alta caiu de 1,50% para 1,40%.