Edifício-Sede do Banco Central em BrasíliaMarcello Casal Jr/Agência Brasil
Retirada de estímulos
A diretora de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos do Banco Central destacou também que os países avançados já começam a retirar estímulos, em função da aceleração rápida da inflação. Citou o anúncio do tapering do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), que começa neste mês, assim como movimentações no Canadá e na Noruega.
Segundo a diretora do BC, a inflação nos países avançados reflete os custos industriais em alta. Guardado destacou o aumento do consumo de bens no mundo e avaliou que a oferta de energia também não tem respondido à demanda na mesma velocidade.
Ela citou alta de preços de carvão, gás natural e petróleo. "A produção de petróleo cru está próximo de antes da pandemia. Mas a produção do petróleo não teve capacidade de reagir na velocidade da demanda."
Depreciação cambial
A diretora do Banco Central voltou a destacar que o comportamento do câmbio não tem andado junto com o aumento dos termos de troca, ficando mais depreciado do que indicariam esses fundamentos. Mas ela avaliou que essa falta de correlação pode diminuir com a normalização da política monetária. "Depreciação do câmbio não foi a tradicional, há quebra na relação com termos de troca em vários lugares", disse, citando que o fenômeno ocorreu em outros exportadores de commodities.
Segundo a diretora do BC, uma das hipóteses para essa descorrelação seria a deterioração fiscal com a pandemia de covid-19 em vários países. Mas ponderou que há outras teses e que não "saberia escolher uma única hipótese para entender o câmbio de países exportadores de commodities".
Fernanda Guardado afirmou, contudo, que isso não altera o modus operandi do BC no mercado de câmbio. "Não mudamos a maneira de atuar no mercado de câmbio. Só atuamos em cenários de fluxo que não consegue ser digerido por mercado, ou quando há disfuncionalidade."
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