A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) alerta que quadrilhas aproveitam o momento de euforia com o grande volume de ofertas para aplicar golpes que causam grande prejuízoReprodução

Uma das datas mais esperadas pelo varejo está próxima e promete uma movimentação no comércio em todo o país. No final deste mês, dia 26, consumidores poderão aproveitar as promoções da Black Friday. No entanto, é preciso ter cuidado na hora de ir às compras, pois a data que caiu no gosto dos brasileiros é um chamariz para criminosos praticarem golpes. Neste ano, a ClearSale, empresa especializada em soluções antifraude nos mais diversos segmentos, prevê crescimento de 52% dessas práticas. Por isso, para a data não virar uma dor de cabeça, confira dicas para não cair em fraudes.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) alerta que quadrilhas aproveitam o momento de euforia com o grande volume de ofertas para aplicar golpes que causam grande prejuízo, especialmente usando a tática da engenharia social, que consiste na manipulação do usuário para que ele lhe forneça informações confidenciais e para o roubo de dados pessoais.
De acordo com Adriano Volpini, diretor da Comissão Executiva de Prevenção a Fraudes da Febraban, o consumidor deve redobrar os cuidados para fazer suas compras, e cita que nesta época do ano são comuns abordagens de criminosos com páginas falsas que simulam e-commerce, promoções falsas enviadas por e-mails, SMS e mensagens de WhatsApp e a criação de perfis falsos que investem em mídia pra aparecer em páginas e stories de redes sociais.
O especialista em segurança digital e consultor técnico da CertiSign Márcio D’avila explicou que os criminosos devem direcionar fraudes para o Pix, que completa um ano neste mês. Nesta modalidade, o pagamento acontece por meio de um QR Code de forma instantânea.
"É importante ter um antivírus no celular e, ao scanear o código, verificar atentamente todos os dados, como o nome da pessoa/empresa e valor, antes de efetivar a operação. Também é imprescindível, observar se o site para qual você foi direcionado está protegido pela criptografia de dados de um certificado SSL emitido, de fato, para a empresa em questão", afirma ele.
Segundo D’avila a maioria dos golpes pode ser identificada observando as informações da transação. Ele explica que é possível reconhecer um site seguro pela presença de um cadeado na barra do navegador, a letra S no HTTP, ficando HTTPS, e o selo de segurança, que geralmente é fixado no rodapé da página. Ao observar esses sinais, o consumidor deve clicar no cadeado ou no selo e verificar as informações. "Se a loja for ABC . com. br e o SSL tiver sido emitido para CBA. com .br, é provável que o site seja falso e, ao continuar a operação, seus dados poderão ser roubados", explica.
Nas altas temporadas de compras, os ataques de phishing são ainda mais recorrentes. A isca? Promoções fabulosas que são enviadas por e-mail e mensagens, e, ao clicar no link, seus dados podem ser roubados. "Não se deixe enganar pela aparência. Muitos criminosos fazem cópias idênticas de e-mails e sites de lojas consagradas", diz o especialista em segurança digital.

Para não cair nas armadilhas, D’avila indica verificar se no remetente do e-mail há erros de digitação e evitar clicar em links de promoções enviados por e-mail SMS e aplicativos de mensagens, principalmente aqueles que são encurtados impossibilitando verificar o endereço de direcionamento.

"A melhor medida para aproveitar as ofertas com segurança é entrar no site da empresa da qual você recebeu a mensagem e verificar se a promoção de fato existe. E, claro, checar se o site em questão é seguro", afirma.

Aqui valem as mesmas dicas do item anterior: verificar se há um cadeado no navegador e um selo de segurança. 
Recebimento do pedido
O especialista também pontua um novo golpe que está sendo aplicado por entregadores de má fé. Com o intuito de obter dados, no momento da entrega o criminoso solicita que seja tirada uma selfie e uma foto do documento de identificação. Com isso, são colhidas as informações pessoais e biométricas faciais que podem ser usadas para abrir contas em bancos digitais e solicitar empréstimos, por exemplo, entre outras transações sem o consentimento.

"Apenas conceda essas informações se tiver a certeza de que esse tipo de conferência faz parte do processo de controle da loja em que comprou. Se não estiver certo disso, negue. E, caso o entregador insista, informe que irá entrar em contato diretamente com o e-commerce para confirmar o recebimento", explica D'avila.
Confira dez dicas da Febraban


• Ao utilizar sites de busca, verifique cuidadosamente o endereço (URL) para garantir que se trata do site que deseja acessar. Fraudadores utilizam-se de "links patrocinados" para ganhar visibilidade nos resultados de buscas

• Dê preferência a sites conhecidos. Verificar a reputação de sites não conhecidos, lendo comentários de clientes que já utilizaram as plataformas

• Não clicar em links desconhecidos. Febraban orienta desconfiar das promoções cujos preços sejam muito menores que o valor real do produto, pois criminosos se utilizam da empolgação dos consumidores em fazer um grande negócio para coletar informações e aplicar golpes que geram grandes prejuízos.

• Não preencher formulários com dados pessoais para ter acesso às promoções da Black Friday

• Dê preferência para usar os cartões virtuais para fazer suas compras online

• Sempre conferir o valor na maquininha de cartão antes de digitar a sua senha

• Se for pagar a compra com boleto, confira quem é a empresa beneficiária que aparece no momento do pagamento do boleto, no aplicativo ou site do banco. Se o nome for diferente da marca ou empresa onde a compra foi feita, a transação não deve ser concluída.

• Após fazer uma compra de maneira presencial, sempre conferir se o cartão devolvido é realmente o seu cartão.

• Nunca usar um computador público ou de um estranho para efetuar compras e digitar seus dados bancários.

• Sempre usar em seu computador ou smartphone, softwares e aplicativos originais e mantenha sempre um antivírus atualizado.