Cenário apresentou melhora, mas desemprego ainda atinge 12,6% da populaçãoReprodução/ Internet
Beringuy destacou que a informalidade responde por 54% do crescimento da ocupação. Entre as categorias de emprego que mais cresceram frente ao trimestre anterior estão os empregados do setor privado sem carteira assinada (10,2%), que somaram 11,7 milhões de pessoas. No mesmo período, o número de trabalhadores domésticos chegou a 5,4 milhões, aumento de 9,2%, o maior desde o início da série histórica da pesquisa, em 2012. Se considerados apenas os trabalhadores sem carteira, houve aumento de 10,8%, o que representa 396 mil pessoas a mais.
Também houve crescimento no contingente de trabalhadores por conta própria (3,3%). São 25,5 milhões de pessoas nessa categoria, o maior número desde o início da série histórica da pesquisa. Esse quantitativo inclui os trabalhadores que não têm CNPJ, que cresceram 1,9% frente ao último trimestre. Com isso, a taxa de informalidade chegou a 40,6% da população. São 38 milhões de trabalhadores nessa situação.
O aumento na ocupação também está relacionado principalmente às atividades de comércio (7,5%), com 1,2 milhão de trabalhadores a mais, indústria (6,3%, ou 721 mil pessoas), construção (7,3%, ou 486 mil pessoas) e serviços domésticos (8,9%, com adição de 444 mil pessoas).
Apesar do avanço no número de pessoas ocupadas, o rendimento real habitual foi de R$ 2.459, queda de 4,0% frente ao último trimestre e de 11,1% em relação ao terceiro trimestre do ano passado. Já a massa de rendimento (R$ 223,5 bilhões) ficou estável nas duas comparações. De acordo com Beringuy, esses números indicam que o aumento da ocupação foi puxado por postos de trabalho com salários menores. "Há um crescimento em ocupações com menores rendimentos e também há perda do poder de compra devido ao avanço da inflação", disse.
Queda na ocupação atinge todas as regiões
A queda na taxa de desocupação do país (-1,6 p.p.) foi disseminada por todas as regiões. No Sudeste, região que mantém o maior número de pessoas desempregadas (6,3 milhões), a taxa passou de 14,6%, no segundo trimestre, para 13,1%. Já no Nordeste, o indicador caiu de 18,3 para 16,4%. Apesar do recuo, a região permanece tendo a maior taxa de desocupação do país.
"Essa queda na desocupação no nível nacional também está sendo observada regionalmente em vários estados. Isso indica que há um processo de recuperação de trabalho que ocorre de maneira disseminada no país", destacou Beringuy.
Embora tenha a maior taxa de desocupação do país (18,7%), a Bahia apresentou estabilidade nesse indicador e no número de pessoas que estão buscando por uma vaga no mercado de trabalho (1,3 milhão). Já o número de ocupados do estado cresceu 6,5%, puxado, principalmente, pelo aumento de trabalhadores domésticos (18,3%) e por contra própria (12,3%). Depois da Bahia, as maiores taxas de desocupação foram registradas por Amapá (17,5%) e Rio Grande do Norte (14,5%).
"Essas regiões, de maneira geral, têm um percentual grande desse tipo de trabalho. A informalidade é maior nessas duas regiões. E esse perfil de trabalhador está contribuindo para a recuperação do trabalho local. Parte importante do trabalho nessas duas regiões é atribuída aos trabalhadores informais, que tem nos trabalhadores por conta própria um contingente importante", explicou a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.
Nível de ocupação é menor entre pretos e pardos do que entre brancos
A taxa de desocupação das pessoas brancas (10,3%) ficou abaixo da média nacional, enquanto a dos pretos (15,8%) e dos pardos (14,2%) ficou acima. Todos tiveram queda frente ao último trimestre. Na população fora da força de trabalho, os pardos representavam 46,8%, seguidos pelos brancos (43,1%) e pelos pretos (8,9%). Na comparação com o segundo trimestre, essa participação dos pardos diminuiu e a dos brancos e pretos aumentou.
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