Rua da Alfândega, Centro do Rio. Foto de 10/11/2021Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Também no setor privado, o contingente de empregados sem carteira subiu 9,5% (ou 1,0 milhão de pessoas). Essa categoria, no trimestre encerrado em outubro, somava 12 milhões de trabalhadores. No mesmo período, o número de trabalhadores domésticos sem carteira cresceu 8,0%, e o de empregadores sem CNPJ, 7,4%. Com isso, a taxa de informalidade chegou a 40,7%, o que corresponde a 38,2 milhões de trabalhadores informais no país.
Com o crescimento da ocupação sendo influenciado pelo trabalho informal, o rendimento real habitual caiu 4,6% e chegou a R$2.449. Na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, a queda foi de 11,1%. Já a massa de rendimento foi de R$225 bilhões e permaneceu estável frente aos dois trimestres.
“Apesar de haver um crescimento significativo da ocupação, a massa de rendimento permanece estável. Isso acontece porque o rendimento do trabalhador tem sido cada vez menor – seja porque a expansão do trabalho ocorre em ocupações de menores rendimento, seja pelo avanço da inflação nos últimos meses”, diz a coordenadora.
Os trabalhadores por conta própria aumentaram em 2,6%, chegando ao contingente de 25,6 milhões. São 638 mil pessoas a mais nessa categoria. Já o aumento dos trabalhadores domésticos foi de 7,8% também no confronto com o trimestre encerrado em julho, o que representa uma adição de 400 mil pessoas. A maior parte desse aumento também veio do trabalho informal: 308 mil foram contratados sem carteira de trabalho assinada.
Houve queda de 2,1% na população fora da força de trabalho na comparação com o último trimestre. Essas pessoas que não estavam nem ocupadas nem desocupadas na semana de referência somaram 65,2 milhões de pessoas no trimestre encerrado em outubro. Quando comparado ao mesmo período do ano anterior, houve redução de 5,4 milhões de pessoas.
Frente ao último trimestre, 436 mil pessoas saíram da força de trabalho potencial, que soma as pessoas em idade de trabalhar que não estavam nem ocupadas nem desocupadas, mas que tinham potencial para estar na força de trabalho. Esse contingente foi estimado em 9,3 milhões de pessoas.
Fazem parte desse grupo os desalentados, que são pessoas que não buscaram trabalho, mas que gostariam de conseguir uma vaga e estavam disponíveis para trabalhar. Esse grupo foi reduzido em 3,8% e foi estimado em 5,1 milhões de pessoas. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, quando havia no Brasil 5,8 milhões de pessoas desalentadas, houve queda de 11,9%.
O número de ocupados no comércio cresceu 6,4%, o que representa 1,1 milhão de pessoas a mais trabalhando no setor. Já o aumento da indústria foi de 4,6%, ou mais 535 mil pessoas. No mesmo período, mais 500 mil pessoas passaram a trabalhar no segmento de alojamento e alimentação (11,0%). Na construção, houve crescimento de 6,5% na ocupação (ou 456 mil pessoas).
“Na comparação com o trimestre anterior, dos dez grupamentos de atividades, seis tiveram crescimento na ocupação e os demais ficaram estáveis. Quando comparamos com o mesmo trimestre do ano anterior, nove apontaram crescimento significativo. Isso indica que a conjuntura econômica do trimestre encerrado em outubro é muito diferente do mesmo período do ano passado. A recuperação já mostra um cenário muito mais favorável para a ocupação”, afirma Beringuy.
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