Quase 50% precisaram ajustar orçamento para não perder plano de saúdeiStock

Uma pesquisa da Associação Nacional das Administradoras de Benefícios (Anab) mostra que 47% dos entrevistados tiveram que ajustar o orçamento em 2021 para não perder o plano de saúde. O levantamento, que ouviu mais de mil pessoas em todo o país, revela ainda que 83% delas têm medo de perder o plano.

A pesquisa foi feita no último mês de abril com 1.012 pessoas, de 16 anos ou mais, responsáveis pelas principais decisões do domicílio. As entrevistas foram realizadas por telefone.

“O medo de perder o acesso [ao plano de saúde] pode ser motivado pelo aumento das taxas de desemprego ao longo da pandemia de covid-19”, destacou o presidente da Anab e idealizador do estudo, Alessandro Acayaba de Toledo.

De acordo com ele, a portabilidade é uma das saídas para quem precisa reduzir o custo com o plano de saúde, mas sem perdê-lo. “É direito do beneficiário. O interesse pela portabilidade aumentou 12,5% de acordo com a Agência Nacional de Saúde (ANS). Em alguns casos, foi possível reduzir em 40% os custos com a saúde”, ressaltou Toledo.

Segundo o levantamento, entre os que não têm plano de saúde, 83% consideraram que ele é necessário. Dos entrevistados que são usuários exclusivos do Sistema Único de Saúde (SUS), 68% precisaram de algum tipo de atendimento médico em 2021, mas relataram dificuldade no acesso.

Para 88% das pessoas ouvidas, a necessidade de assistência médica permaneceu a mesma ou aumentou durante a pandemia. A pesquisa mostrou ainda que um em cada quatro pessoas disse que precisou buscar mais ajuda médica após o início da pandemia de covid-19.
Aumentos do plano
No fim de maio, a ANS anunciou um aumento de 15,5% nos planos de saúde individuais e familiares. Esse foi o maior reajuste desde o início da série histórica em 2000. A decisão afeta todos os planos contratados a partir de janeiro de 1999 ou que foram adaptados à nova legislação. O aumento será aplicado nos planos que fazem aniversário entre maio de 2022 e abril de 2023.
No Supremo Tribunal Federal (STF), a medida foi alvo de questionamento pelo partido Rede Sustentabilidade. A legenda alega que o reajuste, que ficou 70% acima da inflação, sobrecarregará o SUS. “Serão mais pessoas à espera de leitos públicos para quaisquer procedimentos médicos, à espera de uma simples consulta ou afins”, argumenta a legenda. O caso será julgado pelo ministro Dias Toffoli.
*com informações da Agência Brasil