Naves do Conhecimento abrem quase 9 mil vagas em cursos gratuitos de tecnologia e empreendimentoThaiane Nunes

A economia criativa cresceu nos últimos anos. Apesar da pandemia, o número de profissionais criativos contratados subiu 11,7% e a média salarial aumentou. Isto é o que revela o Mapeamento da Indústria Criativa, que analisou o setor entre 2017 e 2020. O levantamento foi realizado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). Tecnologia e consumo são as duas áreas que mais concentram esses trabalhadores.
Hoje o Brasil conta com 935 mil profissionais criativos formalmente empregados. O total equivale, por exemplo, a 70% da mão de obra que atua na indústria metal mecânica. Entre as profissões que mais se destacam por indicarem grande procura no mercado de trabalho criativo estão  programadores/desenvolvedores, biomédico, visual merchandiser, pesquisadores em geral e engenheiro de Área de P&D.
O levantamento mostra que um profissional criativo recebe um salário médio de R$ 6.926 — bem acima da média nacional, que é de R$ 2.924. 
Com a influência da pandemia e isolamento social, as empresas precisaram adaptar-se ao regime de trabalho home office e à transformação digital nos negócios. Isso se refletiu na economia criativa, concentrando 85% dos empregos ligados às áreas de tecnologia (37,5%) — expansão de 12,8% — e consumo (47%), que cresceu acima de 20%.
Na contramão, as atividades que demandam a presença do público, como teatros e casas de espetáculos, registraram queda no número de contratações. A área de cultura registrou queda de 7,2% na geração de novas vagas, enquanto o setor de mídia teve redução de 10,7% nas contratações, de acordo com o levantamento. 
Participação dos profissionais por região
São Paulo e Rio de Janeiro possuem o maior número de profissionais no mercado criativo, com 380,3 mil  e 95,7 mil trabalhadores, respectivamente.
Na área de tecnologia, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais respondem por quase 62% dos empregos. Já no setor de Consumo, grande parte está concentrada na Região Sul.
Nesses dois setores, as Regiões Norte e Nordeste apresentam melhor desempenho na área de Cultura. Já os estados do Sul e Sudeste oferecem maior número de empregos, segundo o mapeamento.
Participação da economia criativa no PIB
Puxada pelas áreas de tecnologia e consumo, a participação do Produto Interno Bruto (PIB) Criativo no total do PIB brasileiro passou de 2,61% em 2017 para 2,91% em 2020, totalizando R$ 217,4 bilhões. O valor, segundo o estudo, é comparável à produção total da construção civil e superior à produção total do setor de extrativo mineral.
Em relação aos PIBs estaduais, as maiores participações da indústria criativa ocorrem no Rio de Janeiro (4,62%), São Paulo (4,41%) e Distrito Federal (3,07%). Essas três unidades da federação e Santa Catarina (3,01%) são os únicos a apresentar uma taxa acima da média nacional.
Divulgado a cada dois anos desde 2008, o Mapeamento da Indústria Criativa reflete as transformações da nova economia, caracterizada por modelos inovadores de negócio, hábitos de consumo e relações. O estudo é realizado com base em dados do Ministério do Trabalho e Previdência.
Veja o TOP 10 das profissões criativas
1. Analista de Negócios
2. Analista de Pesquisa de Mercado
3. Programadores/Desenvolvedores
4. Biomédicos
5. Visual merchandiser
6. Gerente de Tecnologia e Informação
7. Designer Gráfico
8. Programadores em Geral
9. Gerente de marketing
10. Engenheiro de Área de P&D.