'Queda no IPM-H pode ser explicada por aspectos estruturais próprios à oferta e demanda desse mercado', avalia o economista Bruno OlivaReprodução/Freepik
Por outro lado, segundo Oliva, quando se analisa os resultados desagregados do índice, principalmente no horizonte de 12 meses, as divergências identificadas entre as variações de preço de certos grupos de medicamentos parecem ainda refletir, mesmo que residualmente, a transição ou superação das condições de mercado tipificadas pela pandemia.
Em setembro, entre os grupos terapêuticos analisados, houve um discreto aumento dos que atuam no aparelho geniturinário, com ligeira variação de 0,10%. Os demais grupos apresentaram queda de preços. O destaque é para o sistema nervoso, com baixa de 8,78; sangue e órgãos hematopoiéticos, recuo de 4,29%.
No acumulado de 2022, considerando os resultados até setembro, o IPM-H apresenta alta de 0,72%, resultado inferior à inflação ao consumidor acumulada pelo IPCA, com elevação de 4,09%, bem como ao comportamento dos preços medido pelo IGP-M, com aumento de 6,61%. Em termos ilustrativos, a elevação mesmo que discreta registrada em setembro de 2022, de 0,72%, representa um comportamento muito próximo ao padrão sazonal identificado no início da série histórica, em 2014.
"Analisando o recorte dos últimos 12 meses, considerando o estágio mais moderado da pandemia e as diferentes variações de preços dos grupos que compõem a cesta do índice, é possível que o resultado seja um resquício do balanceamento entre a oferta e a demanda por certos medicamentos, como por exemplo, o declínio dos anti-infecciosos gerais, aparelho digestivo e sistema musculoesquelético", afirmou Oliva.
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