Declaração do senador vem na esteira da alta pressão para que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) diga quem chefiará a equipe econômicaAntonio Cruz/ Agência Brasil

O relator-geral do Orçamento de 2023, senador Marcelo Castro (MDB-PI), afirmou na noite deste domingo, 27, à CNN Brasil que o anúncio da escolha do ministro da Fazenda do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) "tranquilizaria a todos". Ele disse, porém, que as negociações em torno da PEC da Transição não dependem dessa divulgação.
"Não faço a menor ideia [de quando será o anúncio] e acho que as coisas podem ocorrer paralelamente. Há ansiedade por parte de todos em conhecer logo o ministro da Economia [sic] e o ministro do Planejamento", disse o parlamentar.
A declaração vem na esteira da alta pressão, inclusive de aliados, para que o presidente eleito anuncie quem chefiará a equipe econômica. Na semana passada, o senador Jaques Wagner (PT-BA) foi convocado para reforçar a articulação em torno da PEC da Transição e disse que a indicação do nome para a Fazenda "facilitaria a articulação com o Congresso".
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, criticou a fala do senador petista e acusou o Senado de "falta de articulação" em torno do texto.
Em meio às divergências na legenda, o Estadão apurou que o ex-ministro Fernando Haddad está próximo de ser anunciado como titular da Fazenda. A posição seria em uma dobradinha com o economista Persio Arida, que poderia ser escalado para o Planejamento ou para a secretaria-executiva da Fazenda.
Haddad participou na sexta-feira, 25, de um almoço com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em São Paulo, o que endossou ainda mais a aposta na escolha de seu nome. Arida, porém, disse à Folha de S.Paulo que não pretende ocupar cargos em Brasília.
Castro comentou sobre o arranjo "Haddad-Arida" e disse que a dobradinha "parece ter sido bem recebida pelo mercado".