Fila para concessão de aposentadorias e benefícios do INSS pode não ser zerada este anoMarcello Casal JrAgência Brasil
Falta de orçamento para zerar fila do INSS impede empréstimos para aposentados, alerta entidade
Quase 600 mil pessoas aguardam liberação dos benefícios
Até o início de abril, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) contava com 250 mil pedidos do benefício de prestação continuada e 290 mil pedidos (e recursos) de aposentadorias especiais na fila de espera. A cada ano, mais 1,1 milhão de novos pedidos são protocolados, segundo o próprio Ministério da Previdência. A promessa do governo federal, de liberar 900 mil pagamentos previdenciários ainda neste ano está ameaçada por falta de recursos, segundo anunciou o ministro Carlos Luppi, que busca alocação de recursos junto ao Ministério da Fazenda.
Somada à longa espera do benefício, que vem ultrapassando os prazos previstos em lei, e o aumento dos preços por conta da inflação, a demora na liberação da aposentadoria vem causando um problema a mais para quem está na fila. A impossibilidade de pedido de crédito junto às instituições bancárias, especialmente o crédito consignado com taxas de 1,77% ao mês, em média. O alerta é da Associação Brasileira de Correspondentes Bancários (Abcorban).
Tiago Cintra Mauschi, presidente da entidade, explica que a análise do pedido de crédito consignado pelos aposentados e pensionistas só pode ser ocorrer após 90 dias da liberação dos benefícios, como prevê a legislação e as regras do Banco Central (BC).
Ele lembra que a grande maioria das pessoas que se aposenta e entra com o pedido de pagamento vem enfrentando grande dificuldade financeira. “Para pagar as despesas do mês e as contas, quem está na espera da aprovação do pedido de aposentadoria e pensão, hoje só tem uma saída: buscar empréstimos pessoais com juros que podem chegar a 25%, o que aumenta ainda mais suas dívidas. Por outro lado, se os pedidos fossem agilizados e cumpridos dentro do prazo previsto em lei, esse público teria acesso imediato ao crédito consignado com taxas reduzidas de 1,97% ao mês, em vez de pagar taxas abusivas de até 25% ao mês no crédito pessoal”, explica o presidente da AbCorban.
“Com esse impasse e a demora para a liberação dos pagamentos, os aposentados e pensionistas enfrentam, além da crise financeira, uma crise social que precisa ser resolvida o mais rápido possível, como o crédito imediato ao crédito consignado”, acrescenta.
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