A bicampeã olímpica de vôlei Fabi e a esposa, Julia Silva, esperam a chegada da filha, Maria Luiza, para julho - Arquivo Pessoal
A bicampeã olímpica de vôlei Fabi e a esposa, Julia Silva, esperam a chegada da filha, Maria Luiza, para julhoArquivo Pessoal
Por ANA CARLA GOMES
Fabi Alvim é uma mulher que teve uma carreira muita bem-sucedida na profissão que escolheu, se redescobriu ainda no início no mercado de trabalho graças a uma nova função — a de líbero, oficializada no vôlei em 1998 — e, aos 39 anos, vive uma fase especial, de realização de sonhos em sua vida pessoal. O maior deles atende pelo nome de Maria Luiza, sua filha com Julia Silva, com quem se casou em fevereiro. Julia está grávida de 33 semanas e a herdeira deve nascer no início de julho, dando início ao que Fabi chama de um "processo incrível" de formar uma família.
"Era um sonho antigo. Temos uma relação de cinco anos e fomos amadurecendo essa ideia, especialmente nos últimos dois anos, tentando conciliar as questões profissionais com esse desejo pessoal. Planejamos e finalmente conseguimos engravidar em outubro do ano passado. A gente está nesse processo incrível de encarar esse desafio de formar uma família, de colocar um filho nesse mundo", conta Fabi, que já festejou o último Dia das Mães à espera de Maria Luiza. "Brinco sempre que é uma aventura, que a gente vai aprendendo muito nessa caminhada, vai entendendo e se desenvolvendo. Foi muito incrível o primeiro Dia das Mães já como mamães. Está sendo um processo sensacional, de amadurecimento, crescimento, cada vez mais estreitamento da relação e de cumplicidade", completa.Em fevereiro, ela e Julia se casaram e Fabi contou a novidade em seu Instagram. "A gente também queria ter esse amor reconhecido dentro da sociedade. Por isso a gente se casou, foi buscar os direitos. A gente quer ser reconhecida como um casal, entende que esse é um direito hoje conquistado, mas muitos militantes brigaram por isso, nos representaram para que ganhássemos esse direito hoje. Para a gente é um orgulho muito grande poder ser reconhecida pela sociedade como um casal", diz. 
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INTERAÇÃO NAS REDES SOCIAIS
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Durante a sua carreira de atleta, Fabi sempre foi muito reservada em relação à vida pessoal. Após a aposentadoria, ela expôs a realização do sonho de ser mãe e o casamento com Julia. A bicampeã olímpica diz que a interação com os seguidores nas redes sociais tem sido positiva: "A reação das pessoas tem sido muito legal. Tenho conversado muito nas redes sociais. É uma forma de as pessoas se identificarem, de a gente humanizar certas questões. Eu me sinto muito tranquila hoje para falar sobre a minha vida pessoal. Foi um processo que eu amadureci. Fui ficando mais velha e entendi que eu poderia ir além de simplesmente ser atleta. Também posso dizer que tinha um pouco de medo e hoje não tenho mais esse receio depois de me identificar também com outras pessoas e ver como o mundo está caminhando; eu me senti à vontade para poder falar abertamente sobre a minha vida pessoal".
Fabi também contou que ela e Julia conversaram com outros casais até a realização do sonho de serem mães: "A gente tem alguns casais de amigos próximos que fizeram procedimentos numa clínica que nos recomendaram e a gente foi buscar, ler e tentar entender como funcionam. Fomos buscar isso numa clínica de fertilização, onde fizemos o procedimento. Pensamos nas possibilidades de sermos mães e uma delas também é adotar. Estamos deixando as coisas acontecerem de forma tranquila. Temos dialogado muito sobre o futuro da nossa família. Fizemos, neste primeiro momento, a fertilização na clínica e estamos curtindo demais essa chance de aumentar a família e nos tornarmos mães".
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Assim, a partir de julho, a Fabi do vôlei, uma carioca de Irajá muito bem-sucedida nas quadras, com diversas conquistas no Brasil e títulos na Seleção, será oficialmente também a Fabi, uma das mães da Maria Luiza.
ALGUMA CORUJICE E MUITA PARCERIA
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Fabi espera ser uma 'mãe parceira': "Acho que vou ser uma mãe coruja, mas, ao mesmo tempo, tentar não deixar 100% dessa corujice me dominar, tentar ser amiga, ser parceira, ser companheira. Vou ser uma mãe parceira, acho que poderia me definir assim, estar aberta para escutar e dialogar, tratar as questões com amor e com diálogo".
Sobre o mundo que ela espera que Maria Luiza encontre, Fabi responde: "A gente está vivendo um momento de muitas discussões, com as coisas muito polarizadas. Vou em busca de mostrar para a minha filha que a vida não é fácil. A gente vai tentar dentro de casa dialogar sempre com muito amor, com muito carinho, compreensão, dizer que o mundo não é fácil, mas a vida está aí para a gente viver, aproveitar, transpor as situações difíceis".
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SONHO REALIZADO APÓS A DESPEDIDA
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Maior líbero da história, Fabi se aposentou das quadras em abril de 2018, com o vice-campeonato da Superliga pelo Sesc RJ, encerrando uma trajetória consagrada com dois ouros olímpicos. Um ano depois, ela conta que a realização do sonho de ser mãe aconteceu após a despedida do vôlei para estar presente no dia a dia da família.
"O processo de aposentadoria veio junto com esse sonho de ser mãe para poder me dedicar realmente a uma família. Entendo que talvez desse para jogar mais um pouco, mas eu já vinha chegando ao meu limite físico. A decisão de parar de jogar estava ligada aos planos com a família, de ser mãe. Eu queria participar de todo o processo de preparação até estar mais presente e poder estar ao lado em todos os momentos", conta Fabi.