Por O Dia

O mundo esportivo se pergunta que imagem ficará de Neymar após o jogador virar o centro de uma investigação policial e pela decisão de o craque expor na Internet conversas e fotos íntimas da suposta vítima. Ontem à tarde, a Nike, patrocinadora do camisa 10 da Seleção, se manifestou através de uma nota enviada pela assessoria: "Estamos profundamente preocupados com essas acusações e seguimos acompanhando de perto a situação".

A mesma posição foi adotada pela empresa no ano passado, quando o português Cristiano Ronaldo foi acusado de estupro nos Estados Unidos. Na ocasião, a Nike também emitiu nota afirmando que estavam "profundamente preocupados" e que continuavam "monitorando de perto a situação".

A Mastercard, outra patrocinadora de Neymar, também se manifestou durante o dia: "Nós estamos cientes e preocupados com as sérias alegações. Continuaremos acompanhando a situação".

Professor de Comunicação do Ibmec RJ, Marcio Gonçalves destaca como a reputação pode ficar em jogo: "Temos que pensar em duas palavras importantes: imagem e reputação. Imagem é diferente de reputação. A imagem é uma situação atual e a reputação é o que as pessoas acham depois de certo tempo. Durante a carreira, ele vai construindo uma reputação e questões pontuais podem comprometer essa reputação".

Marcio alerta ainda que é preciso saber usar as redes sociais: "A força da mídia social promove a aproximação com o público, que é positiva se bem conduzida. E pode não ser se a pessoa não souber falar ou se ela se expressar de forma equivocada. Isso tudo de forma mal administrada pode complicar a reputação. Os patrocinadores acompanham. Uma vez que a marca patrocina alguém com uma reputação abalada não é mais vantagem para ela se associar a esse garoto-propaganda ou a essa celebridade".

O professor, no entanto, acredita que uma reputação arranhada possa ser revertida: "É uma gestão de crise. Isso envolve muitas pessoas: a própria imprensa, patrocinadores, o clube, a família, amigos. São muitos interessados".

DIVULGAÇÃO DE NUDES

O advogado especialista em direito digital, Newton Dias, detalhou como é tratada no país a divulgação de fotos íntimas.

"Em relação ao vazamento de nudes no Brasil, existe uma nova tipificação penal, conhecida como 'pornô de vingança'. Pode ter a pena máxima de até cinco anos de reclusão. É um avanço no direito penal no campo digital porque antigamente um vazamento de nudes era tratado no campo da injúria e da difamação. Enquadrado como pornô de vingança, já tem uma pena mais severa. Se for mostrada qualquer tipo de afinidade entre a pessoa que vaza e a vítima, a pena pode ser aumentada em dois terços", explicou.

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