Por Bruna Fantti

Os ex-advogados da mulher que acusa Neymar de estupro esclareceram ontem, através de carta aberta, que a suposta vítima não mentiu, como havia sido divulgado no dia anterior. No documento do Escritório Fernandes e Abreu, contaram que a denunciante falou pela primeira vez a palavra estupro em conversa com eles após tentativa frustrada de negociação com os representantes do craque do PSG. Mas o escritório destacou que a "Autoridade Policial e o Ministério Público podem e têm condições de capitular (qualificar) o crime como quiserem: agressão, estupro ou os dois".

Ao DIA, o advogado Francis Fernandes disse que acredita que a sua ex-cliente tenha sofrido agressão. No entanto, não quis entrar em detalhes. "O que motivou (a agressão) é objeto de investigação e não posso me pronunciar", esquivou-se.

Na segunda-feira, na carta rescisória direcionada à denunciante que veio a público, segundo as alegações dos advogados, a mulher relatou a eles que "a relação mantida com Neymar foi consensual, mas que, durante o ato, ele havia se tornado uma pessoa violenta, agredindo-a, sendo esse o fato típico central (agressão) pelo qual ele deveria ser responsabilizado cível e criminalmente". O escritório, por discordar do registro do boletim de ocorrência diferente do que havia sido relatado aos defensores, renunciou à defesa.

CONVOCADA PARA DEPOR

Ontem, na carta aberta assinada por Francis Ted Fernandes, os advogados contaram que, após a reunião sem acordo com representantes de Neymar, a ex-cliente teria ficado "muito abalada emocionalmente" e, a partir desse ponto, segundo eles, adotado "uma postura diferente, falando, em troca de mensagens ao nosso sócio, que teria sido 'agredida e estuprada'". "Note que a primeira vez que a palavra estupro foi dita pela nossa ex-cliente aos nossos advogados/sócios foi nessa conversa, depois de frustrada a possibilidade de acordo", destaca um dos pontos da carta.

Em seguida, os defensores afirmaram que a denúncia de estupro não pode ser descartada: "Apesar de renunciarmos ao mandato, acreditamos que nossa ex-cliente tinha provas da materialidade das agressões sofridas. Quanto à alegação de estupro, foi uma novidade para os membros do nosso escritório, como relatado acima".

Em seguida, os advogados se solidarizam com a suposta vítima, afirmando que não compactuam com o linchamento público de uma mulher que tem o direito de exercer a sua pretensão de justiça.

O Boletim de Ocorrência acusando Neymar de estupro foi registrado pela suposta vítima na 6ª Delegacia de Defesa da Mulher, em Santo Amaro (SP), no dia 31 de maio. O fato teria ocorrido no dia 15 daquele mês, em Paris. Agora, ela foi convocada para um segundo depoimento. A data em que deve comparecer à delegacia e o motivo não foram revelados pelas autoridades. A Secretaria de Segurança Pública e a Polícia Civil informam somente que a investigação corre em sigilo de Justiça e que os detalhes da apuração não serão divulgados.

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