Com 9 anos, Juju Gol é promessa no futebol feminino  - Divulgação
Com 9 anos, Juju Gol é promessa no futebol feminino Divulgação
Por *Luana Dandara

Com apenas 9 anos, Júlia Rosado de Souza já traçou seu objetivo futuro: quer jogar na Seleção feminina de futebol e no Paris Saint-Germain-FRA, das brasileiras Daiane Santos e Formiga. E os primeiros passos já foram dados. Apelidada de Juju Gol, ela é pioneira e não teme desafios. É a primeira menina do país federada, na sub-9, para competições de futebol e futsal masculinas. Também recebeu prêmios inéditos na categoria. Hoje, admite que não vai desgrudar da TV para acompanhar suas inspirações em campo na estreia do Brasil na Copa do Mundo da França.

"É a primeira Copa que vou acompanhar. Prefiro as mulheres jogando, porque me incentivam", reconhece a atacante. Canhota, Juju atualmente defende os clubes Resende FC, PSG Academy Elite Team e Centro Olímpico de SP. Em julho, vai para Portugal competir na IberCup, no sub-10.

A história da pequena com a bola começou aos 4 anos, nas aulas de educação física do colégio. Após passar pela FC Barcelona Escola e Portuguesa, Juju decidiu que era mesmo aquilo que queria. Com treinos diários, tem apoio incondicional dos pais e do irmão mais velho — todos vascaínos. "Toda a família ama futebol, mas foi uma surpresa esse dom que a Juju tem", diz a mãe Claudia Rosado, de 46 anos. A rotina regrada não exclui programas infantis, mas fast food, por exemplo, só duas vezes ao mês.

A maior dificuldade, conta Juju, é a marcação dos adversários. "Eles me batem, puxam o cabelo, mas não tenho escolha. Em campo, somos todos atletas", afirma, cheia de maturidade. E, mesmo em se tratando de campeonatos infantis, não são incomuns xingamentos de pais de jogadores, na arquibancada. "É muito doloroso, mas enfrentamos a briga. Ela não se intimida", pontua Claudia.

FARO DE GOL APURADO

Treinador da PSG Academy Elite Team, Vitor Santos reforça que o apelido Juju Gol não é à toa. "Ela tem faro de gol, é muito objetiva em todas as jogadas e se destaca no ataque".

Os elogios não param por aí. "A qualidade que a Julia tem com a bola acaba com qualquer desconfiança por ser menina. O incômodo, o preconceito dos adversários viram um estímulo. Se continuar com esse foco e dedicação, tem grande chance de conquistar seus objetivos", avalia o treinador.

Em suas andanças no mundo da bola, Juju conheceu todo o time feminino da Seleção e ídolos como Thiago Silva, Fred e Ronaldinho Gaúcho. "Jogar pelo Brasil é um grande sonho, eu torço muito pelas meninas", diz a atacante. E mesmo sendo difícil escolher sua preferida, ela assume que a camisa 9 Andressa Alves a conquistou, por jogar na mesma posição e também ser canhota.

"A Julia luta não só por ela, mas para que outras meninas tenham a mesma oportunidade, para que as portas do esporte se abram para todas", finaliza a fã e mãe Claudia.

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