Publicado 30/06/2021 18:40
Rio - Após a ação na Justiça do Grupo Arco-íris ao questionar a ausência do número 24 na seleção brasileira, o juiz Ricardo Cyfer, da 10ª vara cível da capital, pede para que a CBF explique o motivo da Seleção ser a única entre os convocados da Copa América, que não usa a numeração na competição. A informação é do site "GE".
Além disso, o juiz estipulou uma multa diária de R$ 800, caso a cúpula descumpra a decisão. Através da liminar, enviada na terça-feira, o Grupo Arco-íris, listou cinco questionamentos para a CBF:
- A não inclusão do número 24 no uniforme oficial nas competições constitui uma política deliberada da interpelada?
- Em caso negativo, qual o motivo da não inclusão do número 24 no uniforme oficial da interpelada?
- Qual o departamento dentro da interpelada,que é responsável pela deliberação dos números no uniforme oficial da seleção?
- Quais as pessoas e funcionários da interpelada, que integram este departamento que delibera sobre a definição de números no uniforme oficial?
- Existe alguma orientação da FIFA ou da CONMEBOL sobre o registro de jogadores com o número 24 na camisa?
- Em caso negativo, qual o motivo da não inclusão do número 24 no uniforme oficial da interpelada?
- Qual o departamento dentro da interpelada,que é responsável pela deliberação dos números no uniforme oficial da seleção?
- Quais as pessoas e funcionários da interpelada, que integram este departamento que delibera sobre a definição de números no uniforme oficial?
- Existe alguma orientação da FIFA ou da CONMEBOL sobre o registro de jogadores com o número 24 na camisa?
O site "UOL" apurou em reportagem que a seleção brasileira é a única da Copa América que não utiliza o número 24 no elenco profissional entre os 24 convocados. Questionada, a CBF não respondeu à reportagem e muito menos se manifestou sobre a ação.
Em meio às postagens de clubes brasileiros referentes ao Dia do Orgulho LGBTQIA+, no dia 28 de junho, a CBF participou e publicou uma mensagem nas redes sociais.
O advogado Carlos Nicodemos, autor da ação, afirmou que a CBF “tem papel preponderante neste debate", além de citar que o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), passou a punir severamente os clubes com cantos homofóbicos de torcedores nos estádios.
“É dela a responsabilidade de mudar esta cultura dentro do futebol. Quando a CBF se exime de participar, a torcida entende que é permitido, que é aceitável, e o posicionamento faz com que, aos poucos, esta cultura mude".
Por fim, o Grupo Arco-Íris, cita que o número 24 é historicamente conhecido, inclusive no jogo do bicho, associado ao veado, animal, utilizado como ofensa contra a comunidade LGBTQIA+.
"Sendo assim, o fato da numeração da seleção brasileira pular o número 24, considerando a conotação histórico cultural que envolta esse número de associação aos gays, deve ser entendido como uma clara ofensa a comunidade LGBTI+ e como uma atitude homofóbica".
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