Fernando Diniz será o técnico interino do Brasil até 2024Mailson Santana / Fluminense

Rio - A CBF definiu nesta terça-feira (4) que o técnico Fernando Diniz, do Fluminense, será o interino até a chegada de Carlo Ancelotti, em junho de 2024. O treinador terá que conciliar os trabalhos com o clube e a seleção brasileira por um ano. Mas isso não é um caso isolado na história do futebol, principalmente no Brasil. O último caso foi em 1998, com Luxemburgo. 
Na Europa, o caso mais famoso é Sir Alex Ferguson. Em 1985, o treinador aceitou conciliar o trabalho com o Aberdeen e a seleção da Escócia após conquistar o tricampeonato escocês. Na época, a Escócia conseguiu classificar para a Copa do Mundo de 1986, mas o desempenho do Aberdeen caiu. Os casos mais recentes no Velho Continente foram com Dick Advocaat (Bélgica e AZ Alkmaar) e Guus Hiddink (Rússia e Chelsea).
Já no Brasil, o caso mais recente foi com Vanderlei Luxemburgo. Em 1998, foi contratado pelo Corinthians após uma passagem de destaque pelo Santos no ano anterior. No ano em que levaria o Timão a conquista do bicampeonato brasileiro, também recebeu um convite da CBF e precisou dividir as atenções. Em 1999, o Brasil conquistou a Copa América, mas Luxa deixou a Seleção após o fracasso nas Olimpíadas de 2000.
Fernando Diniz não será o primeiro técnico do Fluminense a dividir a agenda com a seleção brasileira. Em 1952 e entre 1954 e 1955, Zezé Moreira passou pela mesma situação. Em 1952, levou o Flu ao título da Copa Rio - o Mundial da época - e a Seleção ao Pan-Americano. Sylvio Pirillo também repetiu a história em 1957, sendo campeão do Rio-São Paulo e do Superclássico das Américas.
Além deles, Zagallo também precisou dividir as atenções entre Fluminense e Brasil em 1971, quando foi campeão do Campeonato Carioca e do Superclássico das Américas. No ano seguinte, levou o Flamengo ao título estadual e a Seleção a conquista da Taça Independência. Em 1977, Claudio Coutinho também se dividiu entre o Rubro-Negro e a Canarinho, substituindo Osvaldo Brandão. 
Fluminense e Flamengo não foram os únicos que sofreram com essas situações. O Vasco também teve dor de cabeça quando Flávio Costa precisou conciliar os trabalhos por cinco anos. Entre 1945 e 1950, o técnico conquistou três títulos do Carioca (1947, 1949 e 1950), além do Superclássico das Américas de 1945, da Copa América de 1949 e do vice mundial em 1950. Ele retornou para a Seleção em 1956, quando encerrou a segunda e última passagem pelo clube carioca.
Em duas ocasiões, Osvaldo Brandão precisou conciliar as tarefas. Entre 1955 e 1957, treinou o Corinthians e o Brasil. Em 1965, novamente interrompeu o trabalho no Alvinegro por causa da Seleção. Já Aymoré Moreira comandou São Paulo e seleção brasileira em 1953 e em 1962, e repetiu a dose no Flamengo entre 1967 e 1968. Diferentemente dos demais, não conquistou títulos em nenhum trabalho.