Publicado 14/09/2024 23:32
Rio - O gandula Jefferson Silva afirmou que o meia Arthur o chamou de "escravo" durante o jogo entre Madureira e Fluminense, neste sábado (14), válido pelo Estadual sub-20. Após o ocorrido, ele prestou depoimento na 29ª DP, em Madureira.
Publicidade"Diante do ocorrido no jogo Madureira x Fluminense, Eu fui chamado de escravo por um jogador do Fluminense. Lamentavelmente. Eu repus a bola para o nosso time, aí ele falou: 'Agora você quer trabalhar, né? Valeu, escravo". Aí eu questionei ele se ele estava certo de me chamar de escravo. Ele confirmou na frente dos jogadores deles e do nosso banco de reserva. Ele não se retratou", disse o gandula, ao site "ge", em frente à delegacia.
Um inquérito já foi aberto para investigar se o atleta do Flu, de 19 anos, cometeu injúria por preconceito. Arthur também foi à DP e foi liberado após quase cinco horas. Ele nega a acusação.
O caso
O meia Arthur, do Fluminense, foi acusado de racismo durante o jogo de entre Fluminense e Madureira, em Conselheiro Galvão, válido pelas quarta de final do Campeonato Carioca sub-20. O jogador, de 19 anos, foi encaminhado para a 29ª DP, em Madureira, para prestar depoimento.
Durante uma confusão na etapa final, Arthur teria chamado um gandula de "escravo". O volante Edilson, do Madureira, defendeu o funcionário e respondeu o camisa 10 tricolor, que teria dado a mesma resposta para o meio-campista rival.
"Ele (Arthur) chamou o gandula de escravo. Aí eu fui e dei uma enquadrada nele, falando que não era assim que as coisas são. Aí ele disse: 'Vocês são tudo escravo'", disse Edilson, camisa 5 do Madureira.
Em depoimento ainda no campo do estádio Conselheiro Galvão, Arthur negou as acusações e alegou que disse "tu é fraco". O jogador e o gandula foram encaminhados para a 29ª DP, em Madureira, para prestar depoimento. Edilson também foi como testemunha.
Após o ocorrido, a PM enviou a seguinte nota à reportagem: "A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informa que, neste sábado (14/09), policiais do 9° BPM (Rocha Miranda) foram acionados para verificar uma ocorrência de injúria racial no Estádio Aniceto Moscoso, em Madureira, durante partida disputada entre Madureira x Fluminense pelo Campeonato Carioca Sub-20. No local, os militares localizaram os envolvidos e os encaminharam à 29ª DP (Madureira)".
O Fluminense, por sua vez, se posicionou na noite deste sábado. O clube se colocou à disposição das autoridades para "pleno esclarecimento dos fatos" e reforçou a luta contra todo tipo de preconceito.
"O Fluminense acompanha de perto o caso envolvendo o atleta Arthur e informa que se colocou à disposição das autoridades para o pleno esclarecimento dos fatos. O clube reforça seu veemente posicionamento contra o racismo e reafirma que luta incansavelmente contra todo tipo de preconceito no futebol e na sociedade em geral", diz a nota do Fluminense.
O Madureira também emitiu nota nesta noite. O Tricolor Suburbano repudiou o episódio e prestou solidariedade e apoio ao gandula Jeferson e ao jogador Edilson.
"O Madureira Esporte Clube repudia com veemência qualquer ato racista, em qualquer lugar e por quem quer que seja. É inaceitável que nos tempos atuais ainda temos que nos deparar com situações lamentáveis como a acontecida hoje em Conselheiro Galvão. O Madureira presta toda solidariedade e mantém apoio ao funcionário Jeferson e ao atleta Edilson", diz a nota do clube.
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