Publicado 31/07/2024 15:27
Rio - Após um grande imbróglio na Justiça, a Prefeitura do Rio leiloou, enfim, no início da tarde desta quarta-feira (31), o terreno do Gasômetro, onde será construído o estádio do Flamengo. Como esperado, o clube foi o único a apresentar uma proposta no valor mínimo estipulado de R$ 138.195.000,00. O pregão levou pouco mais de 10 minutos.
Após o anúncio do vencedor, torcedores e membros da diretoria do Flamengo comemoraram cantando o hino do clube. O leilão aconteceu no auditório do Centro Administrativo Municipal São Sebastião (CASS). A expectativa do Flamengo é de iniciar a construção do estádio até o final deste ano.
PublicidadeApós o anúncio do vencedor, torcedores e membros da diretoria do Flamengo comemoraram cantando o hino do clube. O leilão aconteceu no auditório do Centro Administrativo Municipal São Sebastião (CASS). A expectativa do Flamengo é de iniciar a construção do estádio até o final deste ano.
O prefeito Eduardo Paes foi quem assinou o aceite da proposta do clube. Quando convocado para a mesa, Paes, que é torcedor do Vasco da Gama, brincou sobre a vitória do Flamengo no leilão: "Não comemora não que ainda dá tempo de voltar atrás".
"Considerando que a proposta ofertada atende às exigências do edital, homologo o resultado final no valor de R$ 138.195.000 e declaro vencedor do leilão o Clube de Regatas do Flamengo. Teremos aqui, nesse espaço tão importante, mais um equipamento icônico que vai atrair ainda mais gente para morar aqui, trabalhar e fazer comércio aqui. Fazendo com que essa lógica perversa de expansão ao Oeste seja revertida", disse o prefeito, ao assinar a homologação da proposta.
Participaram também desse momento Rodolfo Landim, presidente do Flamengo, Marcos Braz, vice de futebol, Rodrigo Dunshee, vice-presidente jurídico, além de outros membros da diretoria do clube. O deputado federal Pedro Paulo, que participou ativamente desse processo, também estava no leilão.
A área foi desapropriada pela Prefeitura no último mês de junho, após um impasse financeiro entre o Flamengo e a Caixa Econômica Federal, cujo fundo de investimento era dono do local. Na segunda-feira (29), uma reunião extraordinária do Conselho Deliberativo do Rubro-Negro aprovou a participação do clube no leilão do terreno do Gasômetro. Paes explicou que todo o processo foi feito dentro da legalidade.
"Acho que tem uma questão de fundo que tem que ser entendido aqui, na verdade duas: todo esse processo foi feito dentro da legalidade, ou seja, a prefeitura fez a desapropriação de um imóvel pertencente não a União, portanto se fosse, poderia ter um debate, mas não foi o caso, era um imóvel desapropriáveis. Tudo feito dentro da regra, lei e prazos respeitados", declarou.
Paes disse ainda que estava nos planos da prefeitura trazer a população para o centro da cidade, com atrativos diversos. A implementação do estádio é mais um passo para a revitalização da localidade.
"Estamos desde 2009 fazendo um esforço para que a cidade do Rio de Janeiro voltasse a ocupar o seu Centro. Para isso, sempre foi fundamental que tivéssemos coisas icônicas aqui. O Museu do Amanhã e o Mar foram os primeiros grandes equipamentos trazidos para cá. Recentemente, inauguramos o Impa, a Roda Gigante, ou seja, trouxemos equipamentos icônicos para cá. Nós também entendemos que havia uma demanda por parte do maior clube do Brasil, o Flamengo, falo como vascaíno, a demanda por um estádio", explicou Paes.
Local de fácil acesso
O prefeito falou também sobre a localidade permitir um fácil acesso para os torcedores de todo o país, devido a pluralidade no transporte público.
"Você tem uma fartura de modais de transporte. O Flamengo não é um clube local. É dos cariocas, mas também é de todo Brasil. Ali você tem a Rodoviária do Rio, o aeroporto Santos Dumont, que permite chegar de VLT. Você tem o BRT, linhas de ônibus, estação de trem e metrô. Então, a grande qualidade desse terreno é justamente essa abundante oferta de transporte público. É óbvio que você terá sempre uma parcela do público que virá de carro, mas sempre estimularemos o uso do transporte público", ressaltou.
"O que nós colocamos já nesse edital para os que viessem se apresentar hoje, é que os acessos todos teriam que se dar pelas vias abundantemente largas do bairro de São Cristóvão. Então, nada que a engenharia de tráfego e estudos adequados não possam solucionar. Uma das qualidades do terreno é justamente essa oferta de transporte para que a torcida do Flamengo possa chegar", acrescentou.
"O que nós colocamos já nesse edital para os que viessem se apresentar hoje, é que os acessos todos teriam que se dar pelas vias abundantemente largas do bairro de São Cristóvão. Então, nada que a engenharia de tráfego e estudos adequados não possam solucionar. Uma das qualidades do terreno é justamente essa oferta de transporte para que a torcida do Flamengo possa chegar", acrescentou.
Pagamento
Segundo o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, o pagamento será feito à prefeitura e o valor será depositado na Justiça, uma vez que o município foi responsável pelo processo de desapropriação. O prazo para o depósito é de até cinco dias, com o valor sendo repassado, após a conclusão do processo, para o Fundo Imobiliário da Caixa.
"Hoje, o que fazemos aqui é dar um passo apenas de um longo caminho que teremos pela frente. Um passo importantíssimo para a realização de um sonho de uma nação com mais de 50 milhões de pessoas", disse Landim.
"Hoje, o que fazemos aqui é dar um passo apenas de um longo caminho que teremos pela frente. Um passo importantíssimo para a realização de um sonho de uma nação com mais de 50 milhões de pessoas", disse Landim.
O Flamengo deve gastar pouco mais de R$ 1 bi para a construção do estádio. A ideia do clube é contar com aportes feitos também pela venda de patrocínios, dentre eles o naming right da nova casa do time da Gávea.
Leilão chegou a ser suspenso
A Justiça Federal chegou a suspender, nesta terça-feira (30), o leilão do terreno do Gasômetro. O argumento principal utilizado pelo juiz Marcelo Barbi Gonçalves, da 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro, que assinou a decisão, é que o Município não pode desapropriar bens de propriedade federal sem a autorização da Presidência da República.
O autor da ação, Vinicius Monte Custódio, usou outros argumentos para o pedido de anulação do leilão, como a alegação de que a desapropriação deve atender a interesses públicos ou sociais, e não privados.
Contudo, o presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), Guilherme Calmon Nogueira da Gama, acatou o pedido da Prefeitura do Rio e derrubou a liminar que suspendia o processo.
Na nova decisão, o presidente do TRF-2 acatou os argumentos da Prefeitura do Rio de que o processo é de interesse público pelo fato de o estádio do Flamengo ser importante para o plano de revitalização da Zona Portuária da cidade.
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