Publicado 30/10/2023 08:00 | Atualizado 30/10/2023 11:59
Ao chegar sob forte desconfiança por causa da idade (38 anos em 2022), Felipe Melo chamou a atenção também ao falar em ganhar títulos em um clube que estava desde 2012 sem uma conquista de expressão. O tempo passou, o então volante virou zagueiro e, após altos e baixos, firmou-se como um dos líderes do Fluminense que pode ser campeão da Libertadores no sábado (4), às 17h, sobre o Boca Juniors no Maracanã. Um sonho de muitos tricolores e, em especial, do pai, José Coelho.
Ao realizar o desejo do pai de vestir a camisa do Fluminense, Felipe Melo voltou às origens e agora pode colocar seu nome na história do clube e também da Libertadores. Com dois títulos pelo Palmeiras, em 2020 e 2021, o zagueiro tem a chance de entrar na seleta lista de brasileiros tricampeões, atualmente com sete nomes.
"Eu não falo que trocaria os títulos que ganhei, porque pedi muito a Deus por eles. Mas o Fluminense não tem esse título. Muita gente riu quando cheguei aqui e disse que iria tentar ganhar tudo. Virou chacota. Jogamos pelo nosso sonho, do torcedor e do clube. Pelo sonho do meu pai e minha mãe. Isso, para mim, é motivacional demais, tenho motivos de sobra para dar tudo por esse título inédito", disse Felipe Melo após a classificação tricolor à final.
Se conseguir, o zagueiro de 40 anos vai coroar uma carreira vitoriosa e dar ainda mais uma alegria para o pai, um torcedor do Fluminense que mesmo em Volta Redonda fazia questão de assistir aos jogos no Rio. Tanto que levou o filho, à época com quatros anos, ao primeiro jogo, nas Laranjeiras, em 1988.
Passaram-se 35 anos desde aquele 3 a 2 sobre o Goytacaz, pelo Campeonato Carioca. Felipe Melo jogou pelo rival Flamengo e por outros 10 clubes, como Juventus, Inter de Milão, Palmeiras... até finalmente vestir a camisa do clube de coração do pai.
Desde então, foi campeão de dois Cariocas e duas Taças Guanabara (2022 e 2023), para alegria de seu José, que tinha o sonho de ver o filho levantar troféus pelo Fluminense. E agora, o zagueiro pode conseguir a maior conquista, há anos muito aguardada pelos tricolores, como o pai, que sofreram com a decepção de 2008 e esperam alcançar a Glória Eterna desta vez.
"Ser o clube do meu pai, minha mãe, meus avós, é uma responsabilidade a mais. Mas o que aconteceu no passado não interfere agora. Quando cheguei no Fluminense, falei que meu sonho é construir uma história com títulos", disse o zagueiro, em entrevista recente.
Os brasileiros tricampeões da Libertadores:
- Vitor - São Paulo (1993), Cruzeiro (1997) e Vasco (1998)
- Ronaldo Luiz - São Paulo (1992 e 1993) e Vasco (1998)
- Palhinha - São Paulo (1992 e 1993) e Cruzeiro (1997)
- Elivélton - São Paulo (1992 e 1993) e Cruzeiro (1997)
- Fabiano Eller - Vasco (1998) e Internacional (2006 e 2010)
- Marcos Rocha - Atlético-MG (2013) e Palmeiras (2020 e 2021)
- Willian Bigode - Corinthians (2012) e Palmeiras (2020 e 2021)
- Ronaldo Luiz - São Paulo (1992 e 1993) e Vasco (1998)
- Palhinha - São Paulo (1992 e 1993) e Cruzeiro (1997)
- Elivélton - São Paulo (1992 e 1993) e Cruzeiro (1997)
- Fabiano Eller - Vasco (1998) e Internacional (2006 e 2010)
- Marcos Rocha - Atlético-MG (2013) e Palmeiras (2020 e 2021)
- Willian Bigode - Corinthians (2012) e Palmeiras (2020 e 2021)
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