Jorge Coutinho está ansioso com a decisão: a sua paixão pelo Fluminense cativou toda a família Arquivo Pessoal
Publicado 31/10/2023 07:00 | Atualizado 01/11/2023 13:20
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Rio - Uma das canções entoadas pelos torcedores do Fluminense há pelo menos três décadas no Maracanã afirma que "amor igual não se viu em toda a Terra" e a final da Libertadores têm provado desta verdade. Torcedores tricolores espalhados por outros estados do Brasil e também por outros países têm deixado suas casas para ir ao Maracanã em busca da Glória Eterna da Libertadores. O clube carioca irá decidir a competição neste sábado, às 17 horas (de Brasília), contra o Boca Juniors.
Um dos tricolores mais ilustres, o dramaturgo Nelson Rodrigues, dizia que quando o Fluminense precisava seus torcedores deixavam suas casas e os mortos de suas tumbas. Para o direto comercial Antônio Castro Neves, de 43 anos, que atualmente mora em São Paulo, a situação não é nova. Em 2008, ele morava em Londres, e foi até o Maracanã assistir a decisão contra a LDU. O trajeto deste ano é diferença e sua expectativa também é por um desfecho distinto. 
"Estou indo para o Rio de Janeiro de carro. Saio de São Paulo na quinta e a ansiedade já está a mil a ponto de eu usar a camisa do Flu todos os dias inclusive no trabalho. Em 2008, eu morava em Londres e vim para o Brasil no voo da véspera. Prometi para a empresa que eu trabalhava na época que voltaria do Brasil com um business fechado e caso eu não conseguisse a passagem seria por minha conta, que não precisariam reembolsar", relembrou.
Antonio Castro Neves é torcedor do Fluminense - Arquivo Pessoal
Antonio Castro Neves é torcedor do FluminenseArquivo Pessoal
"O Maracanã estava lindo em 2008. Sabíamos que tudo poderia acontecer pois a vantagem era da LDU. Mas nossa torcida fez a diferença e pena que o árbitro daquele jogo (Hector Baldassi) não deixou que o título ficasse com a gente. Mas tricolor é guerreiro e não desiste nunca. A ansiedade está forte e não vejo a hora de estar dentro do Maracanã. Seremos campeões", cravou.
O primo de Antônio, João Augusto Castro Neves, mora em Washington, nos Estados Unidos. Ele percorreu uma distância de mais de 7.700 Km para apoiar o Fluminense na decisão. O torcedor contou com uma grande coincidência no trabalho para conseguir viajar para o Rio de Janeiro e acompanhar o clube do coração na final da Libertadores.
"Coincidiu com uma conferência de trabalho. Vim a trabalho aí foi fácil esticar uns dias", contou ele, que tem 47 anos e que iniciou sua paixão pelo Fluminense graças ao time tricampeão carioca e que conquistou o Brasileiro de 1984 comandado por Romerito, Assis e Washington.
João Augusto Castro NevesArquivo Pessoal
"Minha paixão pelo Fluminense começou no início dos anos 80, quando era pequeno. A família da minha mãe é tricolor. Eu lembro de ir ao Maracanã na época do tri carioca e do Brasileiro de 84. Tenho autógrafos de muitos daquele time", relembrou o analista de risco político.
Também presente em 2008, João sonha com uma redenção em alto estilo para os torcedores do Fluminense. Ele recorda a goleada sobre o River Plate na fase de grupos e acredita que o mesmo pode acontecer diante do Boca.
"Sei que o Fluminense é sempre sofrido, mas estou esperando que o time jogue como jogou contra o River. Imagine campeão da Libertadores dando um chocolate no River e no Boca.", projetou.
O engenheiro civil, Jorge Coutinho, de 40 anos, é pai de quatro filhos: Nina, de 11 anos, Jorginho, de 8 anos, João, de 5 anos, e Lucas, de 2 anos. Ele mora em Orlando, nos Estados Unidos, desde 2019. O torcedor vem conseguindo passar seu amor pelo Fluminense para seus herdeiros.
Jorge Coutinho e sua família em jogo no MaracanãArquivo Pessoal
"Eu e meus filhos somos torcedores e muito desse amor ao Fluminense que eles estão herdando tem a ver com uma torcida que temos aqui que é a Flu-Orlando. Nos reunimos bastante, para assistir o jogos e isso foi muito bom e importante. É um grupo bastante numeroso em que nós podemos dividir nossa paixão pelo Fluminense e pelo Rio. Isso tem sido muito importante para a formação dos meus filhos nesse período fora do Brasil", disse.
A paixão pelo tricolor de Jorge também começou em família. Seu pai, descendente de portugueses, rejeitou o apreço pelo Vasco, apesar da insistência de um tio. E o amor pelas "três cores que traduzem tradição" que rompeu fronteiras geracionais irá levar o engenheiro e seus filhos à final no sábado.
"Estamos deixando tudo de lado. Consegui engatilhar algumas coisas no trabalho. Meus filhos (Jorginho e João) vão faltar a escola. Primeiro vamos para Belo Horizonte e depois iremos de carro para Rio, eu aluguei um carro. Vamos chegar um pouco em cima da hora, na sexta-feira. E se Deus quiser, nós iremos sair campeões. E no dia 8 retornamos para os Estados Unidos", contou.
Jorge Coutinho com o pessoal da Flu-OrlandoArquivo Pessoal
Viajar para acompanhar o Fluminense não é novidade para Jorge. Ele já contou que já fez deslocamentos em outros momentos para assistir jogos do clube carioca longe da sua casa, antes de se mudar para os Estados Unidos.
"Fui para Santa Catarina, estive em Jundiaí, fui para a partida contra o Atlético-MG, em 2012, em Belo Horizonte, quando foi campeão. Estive em Nova Lima, na Série C. Então, nas boas e nas mais consegui estar presente", disse Jorge, que confia em um desfecho favorável na final de 2023.
"Em 2008 estava lá, eu e meu pai. Dessa vez acredito que vai dar bom. Creio que tudo tem conspirado em favor do Fluminense. Acho que nós como torcedores merecemos. O Flu tem bons valores individuais e um coletivo muito forte. É um time que trata bem a bola e que tem muita qualidade. O Boca é um rival bem sólido e que gosta desse tipo de jogo. Então é tomar cuidado atrás e fazer o nosso jogo. Acredito em um 3 a 1, com gol do John Kennedy", finalizou.
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