Alexsander, volante do Fluminense Mailson Santana/Fluminense
Alexsander vive ano intenso e está a um passo do sonho de infância pelo Fluminense
Estreia na lateral, consolidação como volante, lesões e vaga na final marcam o primeiro ano do Moleque de Xerém no elenco profissional
Quanto tempo demora para entrar na história de um clube? Para Alexsander, 364 dias o separam da sua estreia como jogador profissional do Fluminense e a conquista da Glória Eterna. Em sua primeira temporada completa no elenco principal, o volante é um dos grandes personagens que ajudaram na condução do Tricolor a sua segunda final de Libertadores.
Desde a sua primeira partida e ótimo desempenho contra o São Paulo, na 36ª rodada do Campeonato Brasileiro do ano passado, o Moleque de Xerém se tornou um dos xodós da torcida. Volante na base, Alexsander foi lançado na lateral-esquerda para ajudar a suprir uma carência que o clube tinha na posição.
"É um momento de muita emoção. Quando o Diniz me chamou para entrar, no intervalo, passou um filme na minha cabeça. O coração disparou, foi uma sensação incrível. Estrear pelo Fluminense, clube onde tudo começou, onde passei a minha vida toda, é motivo de muita alegria e emoção", celebrou o jovem após sua estreia, em novembro de 2022.
Seus primeiros jogos como lateral agradaram o técnico Fernando Diniz por sua versatilidade e a possibilidade de cumprir mais de uma função em campo, o que possibilitaria o treinador em aplicar seu estilo de jogo.
"Independentemente de ser da posição ou não, pra fazer o que tem de fazer, o Alexsander hoje eu achei mais adequado. E a origem dele eu acho que é na lateral esquerda. A posição que ele joga mais atualmente é de primeiro ou segundo volante. Mas ele tem uma característica que gosto muito, como André, Martinelli. Joga em mais de uma função e dá conta. É o tipo de jogador que o futebol hoje necessita. Está de parabéns e tem um futuro brilhante pela frente", disse Diniz em março deste ano.
Após a conquista do Campeonato Carioca de 2023, com direito a gol na decisão, Alexsander cedeu a vaga na lateral para chegada de Marcelo e, com a lesão de Martinelli, o jovem pôde atuar na sua posição de origem, como volante. Ao lado de André, o Fluminense passou a ser um time com mais intensidade na marcação, além da qualidade na saída de bola, marcas características do "Dinizismo" com o auxílio da dupla de Xerém.
Grande parte do sucesso Tricolor no primeiro semestre passou pelos pés de Alexsander que se tornava uma peça fundamental no esquema do time. O jovem não se destacou por gols e assistências e, sim, por sua qualidade técnica e entrega durante os 90 minutos. Entretanto, antes de buscar o caminho da glória foi preciso passar por alguns percalços.
No mês de maio, na partida contra o Cruzeiro, válida pela 5ª rodada do Campeonato Brasileiro, o volante sofreu uma lesão no ligamento colateral medial do joelho esquerdo após uma disputa com o adversário na parte final do jogo. Um mês depois, já recuperado, Alexsander voltou aos treinamentos e sentiu uma nova lesão, desta vez na posterior da coxa esquerda que o afastou dos gramados por mais dois meses.
Com seu retorno bastante aguardado pelo torcedor, o atleta retornou somente no final de agosto, justamente num jogo de Libertadores. Ele entrou na segunda etapa na vitória diante do Olimpia-PAR, pelo jogo de ida das quartas de finais da competição.
Titular no segundo jogo da semifinal, contra o Internacional, a cria do Fluminense celebrou a oportunidade de chegar na decisão em sua primeira Libertadores como jogador profissional e afirmou ser um sonho pessoal e de toda sua família.
"Motivo de muita alegria, eu e minha família ficamos muito felizes, pois quando somos menores, a gente sonha em estar passando por isso. A gente só via na televisão, e hoje estar podendo desfrutar desse momento é muito bom. E poder estar participando, ajudando o Fluminense, é muito importante, um motivo de muita alegria", disse o volante após a partida que garantiu a vaga na final.
Nos últimos jogos, Alexsander oscila entre os titulares e reservas. O atleta disputa com Martinelli uma vaga ao lado de André, na grande final, contra o Boca Juniors. Seja no banco ou entre os onze iniciais, o sonho de conquistar a América do Sul é o que motiva o jovem de 20 anos que, em menos de um ano, mostrou que tem muita estrela e espera entrar para a história do Fluminense no dia 4 de novembro de 2023.
* Matéria do estagiário Matheus Mattos sob a supervisão de Pedro Logato
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