Publicado 01/08/2024 14:40 | Atualizado 01/08/2024 14:51
Caio Bonfim conquistou a inédita medalha de prata na marcha atlética nos Jogos Olímpicos nesta quinta-feira (1), após cruzar a linha de chegada com a marca de 1h19m09s. Além da rotina pesada nos treinos, o atleta exaltou, em entrevista após o feito histórico, a importância de sua mãe, Gianette Bonfim, que também praticava o esporte.
PublicidadeSegundo Gianette, a infância do filho foi marcada por dificuldades. Em entrevista para a "ESPN", ela contou sobre os problemas físicos de Caio. "Quando ele começou a andar, que as perninhas dele começaram a entortar, levava no pediatra e falava: 'doutor, como eu vou fazer se meu filho quiser ser atleta?'. Ele falava que talvez não daria para ser atleta com essas pernas", lembrou.
O início da vida atlética do agora medalhista foi complicada e precisou de acompanhamento médico, assim como muito investimento. "Tivemos paciência para conhecer o corpo do Caio, saber como ele reage a cada treino. Fomos para a biomecânica. Eu falei 'se a gente não sair do nosso mundinho, a gente não vai ter espaço'. No começo a gente pagava passagem em 12 vezes para competir na Europa", contou Gianette.
A mãe sempre esteve ao lado do filho, seja na vida pessoal ou nos treinos. E em certos momentos, as funções acabavam se misturando. "Separar mãe de treinadora é praticamente impossível. A gente treina, mas a mãe está sempre ali, então eu faço coisas que uma treinadora não faria, tipo, 'mãe, esqueci o elástico no quarto', eu vou lá e pego. Se fosse outro atleta, 'seria problema é seu'. No almoço, eu faço o meu prato e o dele para ele não ficar esperando na fila", afirmou.
Agora medalhista olímpico, Caio demonstrou não ter esquecido toda a trajetória que o levou até este momento e a importância dos seus pais. "Eles foram os meus maiores incentivadores. Na minha primeira Olímpiada, em Londres-2012, viajei na base do paitrocínio. Quem é o pai que pega o filho no colo e fala esse é o meu marchador", comemorou.
A prova
Caio impôs um ritmo forte desde o início e chegou a assumir a liderança no primeiro quilômetro de prova. Nos metros seguintes, perdeu posições, mas voltou a assumir a ponta da prova no décimo quilômetro.
Nos últimos seis quilômetros da prova, Bonfim se manteve entre os dez melhores. O pior momento foi quando caiu para nono lugar por volta do 16º giro. Neste momento, ele também recebeu a segunda punição e ficou pendurado, mas conseguiu reagir. Nos últimos dois quilômetros, Caio caiu para o segundo lugar, ficando atrás do equatoriano Brian Pintado.
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