Beatriz Souza conquistou primeira medalha de ouro do Brasil nos Jogos de Paris ao vencer na categoria até 78kg do judôAFP
Publicado 02/08/2024 14:29 | Atualizado 06/08/2024 09:51
Rio - Em sua estreia nos Jogos Olímpicos, a judoca Beatriz Souza, de 26 anos, faturou a primeira medalha de ouro do Brasil em Paris, ao vencer a israelense Raz Hershko na categoria acima de 78kg, nesta sexta-feira (2). Nascida em 20 de maio de 1998, em Itariri, no litoral Sul de São Paulo, Beatriz Rodrigues de Souza começou a praticar o esporte com sete anos, graças ao incentivo do pai.
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Praticante do esporte, seu pai José de Souza Neto, foi o grande motivador para que Bia desse os primeiros passos no judô. Quando mais nova, ela até chegou tentar ser nadadora, mas foi na luta que ela se encontrou.
"Por eu ser uma criança muito imperativa, meu pai me levou pra assistir a um treino de judô e foi onde me apaixonei pelo o esporte", explicou.
A partir daí, a campeã olímpica passou a treinar na Associação Budokan de Peruíbe, com o sensei Wagner Silva, seu primeiro treinador. Bia ganhou destaque e passou a treinar na Sociedade Esportiva Palmeiras antes de ir para o Pinheiros, seu clube atual. Destra, a atleta tem como técnicas favoritas o Harai-goshi e o Osoto-gari.
Carreira recheada de medalhas
Primeira mulher brasileira a conquistar medalha de ouro como estreante em Olimpíada, Bia tem 1,78m de altura e 115kg. A campeã olímpica atua pelo Esporte Clube Pinheiros e desde o início de sua carreira já conquistava medalhas. Em maio de 2014, sagrou-se campeã brasileira sub-18. No ano seguinte, ganhou o ouro no Pan-Americano sub-20 de judô, em San José, na Costa Rica.
Com diversos pódios conquistados nas competições de base, Beatriz Souza defendeu a seleção brasileira principal pela primeira vez aos 19 anos, em um torneio na Eslovênia, em 2017. No mesmo ano, ela conquistou a medalha de prata no mundial por equipes mistas, em Budapeste. Segundo a judoca na época, foi o momento mais marcante da carreira.
"Foi um sentimento incrível, com a sensação de que seria a primeira de muitas", disse ela.
E realmente foi. Bia coleciona mais cinco pódios mundiais, sendo vice-campeã no torneio individual em Tashkent, em 2022, e a terceira colocada em outras quatro edições: duas no torneio por equipes mistas, em Tóquio, 2019, e Budapeste, 2021; e outras duas no individual, também em 2021, e Doha, em 2023.
Em Jogos Pan-Americanos, a paulista conquistou uma prata em Santiago, em 2023, no torneio por equipes mistas, e duas medalhas de bronze, em Lima, 2019, e Santiago, 2023, no torneio individual. Em toda sua carreira, a judoca soma 15 medalhas de ouro, 14 de prata e 21 de bronze nas competições individuais.
Drama familiar nos Jogos de Paris
Há dois meses do Jogos de Paris, em 22 de junho, Beatriz perdeu sua avó materna. A atleta, que optou por não levar os familiares a Paris, dedicou a vitória a ela.
"Eu consegui! Deu certo, mãe. Pai, eu consegui. Eu consegui, eu consegui! Foi pela avó, mãe. Eu amo vocês, mais que tudo. Obrigada", disse a judoca em uma chamada de vídeo com os parentes à beira do tatame.
Curiosidades sobre Beatriz Souza
Além de ser número cinco no ranking mundial de sua categoria no judô, Bia esconde um grande talento: cozinhar. Segundo a atleta, o que ela mais gosta de fazer são salgados e doces. Apesar do gosto pela culinária, a judoca revelou que fígado é algo que ela não come de jeito algum.
A judoca também é admiradora de música e, segundo ela, as canções mais tocadas em seu celular são dos gêneros Trap e Rap. Ela também é fã do ginasta Arthur Nory, maior ídolo dela fora do judô.
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