Edival Pontes, o Netinho, com a medalha de bronze olímpicaDavid Gray / AFP
Publicado 08/08/2024 18:14
França - Edival Pontes, o Netinho, de 26 anos, ganhou os holofotes nesta quinta-feira (8) ao conquistar o bronze no taekwondo nos Jogos de Paris 2024. Ele se junta a Natália Falavigna (bronze em Pequim 2008) e (bronze na Rio 2016) como os únicos atletas do Brasil a conquistarem medalha na modalidade em Olimpíadas.
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Netinho, aliás, é um dos principais nomes do taekwondo brasileiro. Antes de alcançar a maioridade, faturou a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos da Juventude, em 2014, na China. Naquele mesmo ano, ele também foi campeão mundial junior da modalidade.
Comemoração de Netinho após conquistar o bronze na Olimpíada de Paris - David Grat / AFP
Comemoração de Netinho após conquistar o bronze na Olimpíada de ParisDavid Grat / AFP
A estreia em Jogos Olímpicos veio em Tóquio 2020, que aconteceu em 2021 em razão da pandemia de Covid-19. Na ocasião, ele era o atual campeão dos Jogos Pan-Americanos, mas perdeu para o turco Hakan Recber e não brigou por medalha.
Antes daquela Olímpiada, no fim de 2020, Netinho precisou lidar com a morte do pai. Loidmar Pontes, que era seu maior incentivador, morreu em decorrência de complicações de uma doença no fígado.
"A perda do meu pai foi uma explosão de sentimentos. Sempre pedi a Deus para que ele me preparasse para quando o meu pai partisse. Desde sempre ele sofreu com essa doença no fígado. Deus me preparou e sempre deixou muitas palavras dele para mim. Eu quis desistir em duas partes da minha vida, e meu pai sempre falava: 'Para mim você é um campeão, mas, a partir do momento em que você desistir, você passa a ser um perdedor'. Isso sempre ficou na minha cabeça", contou Netinho, ao "ge", em 2022.
"Agora eu vou realizar os sonhos dele. Vou fazer essa luta por nós dois. Apesar de estar melhor, a gente sabe que lá no fundo não está bem. Vou fazer essa daí para ele. Era o sonho dele me ver em um pódio", completou.
O sonho se realizaria nesta quinta-feira, 8 de agosto de 2024, em Paris, e com direito a revanche sobre o turco Hakan Recber na repescagem. Na disputa pelo bronze, superou o espanhol Javier Pérez Polo e faturou o bronze. 
"Já chorei bastante ali. Essa medalha é justamente para ele. Foi um guerreiro, meu herói. Então, (também) é especialmente para minha mãe, irmã, namorada, técnicos, amigos. Obrigado à torcida brasileira, que ficou e acreditou em mim. Agradecer a Deus também. Na hora da luta, eu pedia para me mostrar alguma coisa que eu não estava conseguindo. Graças a Deus deu tudo certo", disse o lutador, à TV Globo, após o bronze.
Netinho se emociona após conquistar a medalha de bronze na Olimpíada de ParisDavid Gray / AFP
Antes de tudo isso, Netinho passou por mais um momento de adversidade. No fim de 2023, após ser ouro nos Jogos Pan-Americanos, ele foi suspenso por doping. Entretanto, seu advogado conseguiu reduzir a pena, e ele voltou aos treinos em fevereiro deste ano.
"Você, como atleta, está tendo tudo, ganhando as coisas. Quando 'bate' o doping, corta tudo. Foi muito difícil, a minha ficha não caía. Mas, graças a Deus, eu tive um advogado muito experiente. Se eu não provasse a inocência, a pena era de dois a quatro anos", contou Netinho, numa entrevista ao "Lance!".

Time do coração

O taekwondo não é a única paixão do lutador. Embora seja filho de pai tricolor, escolheu virou torcedor do Flamengo por influência do tio.
"Quando eu tinha dois anos de idade, ele já cantava músicas para mim. A primeira camisa do time, inclusive, foi ele quem me deu. Foi uma paixão que ficou. Foi sempre muito bom ser Flamengo, vendo aquele time jogar e aquela torcida", disse Netinho, ao "ge".
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