Publicado 25/02/2021 23:42
Rio - Rebaixado pela quarta vez, o Vasco tornou-se o grande com mais rebaixamentos para a Série B do Campeonato Brasileiro. Uma triste realidade que o torcedor vascaíno conviveu pela primeira vez em 2008 e que voltou a sofrer em 2013 e 2015.
Ou seja, nas últimas 13 edições do Brasileirão, o Vasco participou de 10 delas e acabou rebaixado em quatro. Um número que não condiz com a sua gigantesca história, mas que tem sido a triste realidade.
A primeira queda em 2008
Como não podia deixar de ser, a primeira queda foi a mais traumática na centenária história do clube e ficou marcada pelo torcedor que subiu à marquise de São Januário e ameaçou pular após a derrota em casa por 2 a 0 para o Vitória, que sacramentou o até então rebaixamento inédito.
Para chegar àquela queda, o Vasco viveu um ano de 2008 conturbado. A começar pela politica, assim como em 2020, com a troca de presidência em julho, saindo Eurico Miranda e assumindo Roberto Dinamite após uma batalha judicial e denúncia de fraude na eleição do fim de 2006.
Em campo, a situação não foi diferente. Para disputar o Torneio de Dubai, o Vasco não fez uma pré-temporada e sofreu com maus resultados desde o início, com muitas trocas de técnico. Alfredo Sampaio começou a temporada, Romário chegou a assumir o comando enquanto jogava e depois Antônio Lopes e Tita também treinaram a equipe, que terminou o ano com Renato Gaúcho.
A primeira queda tinha no elenco ídolos como Edmundo e Pedrinho, além de velhos conhecidos como Odvan, Jean e Beto, e promessas como Alex Teixeira. O time que perdeu para o Vitória em são Januário teve: Rafael, Wagner Diniz, Jorge Luiz, Odvan e Johnny (Leandro Bomfim); Jonílson, Mateus (Faiolli), Madson e Alex Teixeira; Leandro Amaral e Edmundo.
A segunda vez, em 2013
Cinco anos depois, o Vasco voltaria a cair, acabando com o clima de otimismo após a conquista da Copa do Brasil de 2011 e a boa campanha na Libertadores de 2012. Se não houve crise política grave, a crise financeira e a má gestão de Roberto Dinamite foram determinantes.
Salários atrasados foram uma constante em 2013, o que culminou no pedido de demissão de Paulo Autuori. O treinador foi um dos quatro que passaram por toda a temporada, que começou com Gaúcho, ainda teve Dorival Junior antes da queda com Adilson Batista.
Para piorar, a maioria das 23 contratações foi equivocada e apenas Fagner, Cris, Guiñazu, Pedro Ken e Edmílson foram mais aproveitados. Para completar, nenhum dos três goleiros foi bem, num rodízio entre Michel Alves, Diogo Silva e Alessandro, com todos errando em momentos cruciais.
Para completar a temporada trágica, o rebaixamento veio após uma goleada sofrida por 5 a 1 para o Athletico-PR, pela última rodada, numa partida marcada pela briga generalizada entre as torcidas em cena triste, o que paralisou o duelo por mais de uma hora. O time que entrou em campo na queda foi: Alessandro, Fagner, Renato Silva, Cris e Yotún; Abuda, Wendel (Bernardo), Pedro Ken e Marlone (Tenorio); Thalles (Reginaldo) e Edmílson.
A terceira, em 2015
A terceira, em 2015
Mal voltou à elite do futebol brasileiro e o Vasco voltou a ser rebaixado, desta vez na gestão de Eurico Miranda, que na época chegou a dizer que iria para a Sibéria caso o clube fosse rebaixado. Mais uma vez, o mau planejamento fez a diferença em um elenco que teve 32 contratações, sendo que alguns nem chegaram a estrear (casos de João Carlos, Bruno Telles e Jeferson).
Entretanto, houve um outro fator importante para a queda, que foi o racha no departamento de futebol, entre o gerente Paulo Angioni e Eurico Brandão, o Euriquinho, filho do presidente e com poder de decisão. Isso desestabilizou o clima no elenco, que teve três técnicos ao longo da temporada: Doriva, Celso Roth e Jorginho.
Além disso, a péssima campanha no primeiro turno, quando o Vasco fez apenas 13 pontos foi determinante. Nem mesmo a reação com a chegada de Jorginho foi suficiente para compensar o prejuízo de uma equipe que contava com muitos experientes, casos de Martin Silva, Rodrigo, Julio Cesar, Diguinho, Andrezinho e Nenê.
A terceira queda foi sacramentada na última rodada com um empate melancólico em 0 a 0 com o Coritiba, no Couto Pereira. Mesmo se vencesse, cairia porque dependia de outros resultados que não aconteceram. O time que entrou em campo foi: Martin Silva; Madson, Luan, Rodrigo e Julio Cesar; Diguinho (Mateus Pet), Serginho, Bruno Gallo (Leandrão) e Nenê; Jorge Henrique e Riascos (Rafael Silva).
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