Autoridades não têm notícias de 99 pessoas após o colapso parcial de um prédio residencial perto de MiamiGetty Images via AFP
Por AFP
Publicado 25/06/2021 19:48
Quatro pessoas foram confirmadas como mortas e 159 ainda estão desaparecidas nesta sexta-feira, 25, depois que um prédio à beira-mar desabou perto de Miami, enquanto equipes de resgate vasculham uma montanha de destroços em busca de sobreviventes.
Uma das vítimas fatais do colapso parcial do prédio de 12 andares, ocorrido sem causa determinada na madrugada desta quinta-feira em Surfside, ao norte de Miami Beach, foi identificado, informou a mídia local.
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Trata-se da mãe de um menino de 15 anos resgatado quinta-feira. Ela foi levada ao hospital e não sobreviveu, segundo o Miami Herald.
Outros corpos estavam sendo transportados em sacos amarelos e evacuados para que a polícia pudesse confirmar suas identidades e informar os enlutados.
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"É um momento muito, muito difícil. Há tantas pessoas esperando. Estão vivas? O que vai acontecer?", disse o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, durante um evento na Casa Branca.
"Estamos com eles de todo o coração", continuou Biden, que anteriormente declarou estado de emergência para fornecer assistência federal para operações de socorro emergencial e realocação de sobreviventes.
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Pelo menos 18 cidadãos latino-americanos estavam entre os desaparecidos: nove da Argentina, três do Uruguai e seis do Paraguai, incluindo a irmã da primeira-dama paraguaia, segundo os consulados.
- 120 pessoas localizadas -Bombeiros, cães farejadores e guindastes continuaram trabalhando entre as ruínas do prédio localizado dentro do complexo Champlain Towers South, a cerca de 19 quilômetros do centro de Miami.
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Até agora, "120 pessoas foram localizadas (...) mas o número de pessoas das quais não temos notícias aumentou para 159", informou a prefeita do condado de Miami-Dade, Daniella Levine-Cava, em entrevista coletiva.
As autoridades "ainda esperam encontrar pessoas vivas". Os primeiros respondentes "são altamente motivados pela perspectiva de encontrar pessoas. Temos que forçá-los a fazer seus rodízios", informou.
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Uma tempestade na noite de quinta-feira trouxe fortes chuvas sem interromper a busca. Um incêndio também teve que ser controlado no lado norte do prédio. Chuvas fortes continuaram caindo na área na sexta-feira, em meio ao cheiro de borracha e plástico queimando.
Mas, diante da lenta operação de busca, alguns começaram a expressar sua frustração.
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"Não está sendo feito o suficiente", criticou à AFP Mike Salberg, que viajou de Nova York após o acidente. Cinco de seus parentes, incluindo seus pais, estão desaparecidos.
"Eu quero respostas", disse. “As famílias são marginalizadas. Dizem que têm as melhores equipes em ação, mas não têm habilidade e capacidade (...) 40 horas depois, quatro mortos”.
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Surfside é o lar de uma grande comunidade judaica e rabinos se mobilizaram para apoiar os residentes evacuados e suas famílias.
"Foi um golpe duro, mas ainda há esperança", afirmou Zalmi Duchman, de 41 anos, à AFP. "Nós, judeus, acreditamos fortemente em milagres e nunca desistimos, somos resistentes e tentamos ser positivos em tempos difíceis."
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Explicações "sem demora" O governador da Flórida, Ron DeSantis, pediu que as causas do desabamento que afetou cerca de 55 apartamentos sejam esclarecidas "sem demora".
"Precisamos de uma explicação definitiva de como isso pode ter acontecido", exigiu em entrevista coletiva. "Acho importante que seja sem demora", acrescentou, " para que haja respostas para as famílias e para o povo da Flórida".
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No edifício moravam residentes de tempo integral e pessoas que passavam apenas temporadas, então é difícil dizer quantos estavam lá quando a estrutura desabou. Alguns conseguiram escapar descendo as escadas, enquanto outros foram resgatados das varandas.
Embora as razões do colapso não estejam claras, a infraestrutura do edifício, construído em 1981 e com 130 apartamentos, será analisada de perto.
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A Champlain Towers deveria receber um novo certificado este ano, seguindo as diretrizes de segurança do condado de Miami-Dade, e teve seu telhado consertado como parte desse processo.
No entanto, as autoridades destacaram que é pouco provável que esses trabalhos sejam a causa dodesabamento.
Segundo um estudo dirigido pelo professor da Florida International University (FIU), Shimon Wdowinski, o local mostrava sinais de desabamento há cerca de 25 anos.
"Não sei se o colapso era previsível, mas detectamos que o edifício se moveu nos anos 1990", disse Wdowinski à CNN nesta sexta-feira.
A FIU alertou em uma publicação que o "afundamento da terra por si só provavelmente não causaria o colapso de um prédio".
A investigação para determinar o ocorrido envolverá uma grande coleta de dados, coleta de amostras de aço e de concreto, busca de sinais de corrosão ou algum evento incomum anterior ao colapso, explicou outro especialista da FIU, Atorod Azizinamini, chefe do departamento de engenharia civil e ambiental.
"Infelizmente, isso não acontecerá em alguns dias ou semanas", afirmou, "Levará algum tempo".
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