Brasília - Eclipses solares ocorrem quando a Lua se coloca exatamente entre o Sol e a Terra, fazendo com que o cone de sombra do nosso planeta incida sobre uma certa região. Seu ciclo de ocorrência já era conhecido pelos babilônicos há 3 mil anos. Considerado mais raro, um eclipse solar híbrido (uma mistura de total com anular, à medida que a sombra da Lua se move pela superfície da Terra) está previsto para esta quata-feira.
Conforme o movimento do satélite, pode ocorrer um eclipse solar parcial, em que apenas uma parte do sol é encoberta pela Lua; um anular, em que a Lua cobre o centro do Sol, mas uma parte permanece visível, formando um anel; ou total, em que o sol é encoberto pelo disco da Lua. No híbrido, em alguns pontos da Terra o eclipse é anular e em outros, total.
O fenômeno será visível do Pacífico Sul. De acordo com o site In the Sky, a Lua passará em frente ao Sol, com visualização no oeste da Austrália, Timor Leste e leste da Indonésia entre 22h36 e 3h59 (horário de Brasília). Do Brasil, não será possível a visualização, mas haverá transmissão ao vivo gratuita. Conforme o site Space.com, os eclipses solares híbridos acontecem apenas algumas vezes por século. Sua última ocorrência foi em 2013 e a próxima será apenas em 2031.
"Para cada eclipse existe uma ‘faixa de totalidade’", explica Roberto Costa, professor do departamento de Astronomia da Universidade de São Paulo (USP). "Como a Terra evidentemente está girando, há uma faixa onde o eclipse é total. Essa faixa é estreita, tem entre 100 km e 150 km de largura, e alguns milhares de quilômetros de comprimento. Ao lado da faixa de totalidade, tem a região onde o eclipse é parcial. Essa faixa é muito maior, tem milhares de quilômetros de largura."
A ocorrência de um eclipse anular se deve ao fato de que as distâncias Terra-Lua e Terra-Sol variam um pouco, já que as órbitas são elipses e não círculos perfeitos. "Um eclipse anular ocorre se a Lua se colocar entre o Sol e a Terra, enquanto estiver no ponto mais distante de sua órbita", diz Costa.
No caso atual, no início e no fim do eclipse será visto como anular, e no centro da faixa de totalidade será visto como total A duração de um eclipse sobre a Terra toda é de 5 a 6 horas tipicamente, "mas claro que para observadores em locais distintos", acrescenta o professor de Astronomia.
IMPORTÂNCIA
Conforme Costa, o interesse científico nos eclipses está mais focado nos totais. "Para estudar a coroa solar, uma luminosidade pálida que envolve o Sol e só é visível nos eclipses totais", disse.