Manuela Vitória de Araújo Farias, de 19 anos, foi presa na IndonésiaDivulgação
De acordo com o advogado Davi Lira da Silva, que atuou no Brasil pela defesa da jovem, o acórdão dado pelos três juízes que atuaram no julgamento agradou a família de Manuela — o pai mora no Pará, onde ela nasceu, e a mãe em Santa Catarina. “Embora estivéssemos confiantes, depois que o Ministério Público pediu que ela fosse condenada a 12 anos, havia a expectativa de uma pena mais alta. A decisão é histórica, pois mostra que a Indonésia está a caminho de humanizar a aplicação da justiça”, disse.
A pena dada à jovem inclui o pagamento de 1 milhão de rupias, equivalentes a R$ 331, em multas. A brasileira cumprirá pena em regime fechado. O advogado calcula que, com a possível progressão de regime, ela deve ficar na prisão de 6 a 7 anos.
Logo após a leitura da sentença, Manuela usou o celular do advogado na Indonésia para agradecer aos que torceram por ela. “Obrigada Deus por tudo. Tu sabes o que é melhor para mim. ... Gratidão! Nunca esquecerei quem não me abandonou. Amo vocês”, escreveu, em postagem publicada na página #ajudemanuelavitoria no Instagram.
“A Indonésia é um país que ainda emprega o castigo físico. Esta semana teve o caso de um brasileiro que foi condenado a 30 chibatadas por estar embriagado na rua. Por isso a sentença da Manuela abre um precedente importante.”
Ainda segundo Silva, a possibilidade de a jovem conseguir a transferência para um presídio brasileiro é muito remota. “Depende de um conjunto de tratados internacionais e diplomáticos que agora vamos passar a estudar, mas não houve casos assim.”
Segundo ele, a jovem está sendo assistida na prisão por uma igreja local e por um grupo de amigos. “O regime prisional de lá permite que ela tenha contatos frequentes com os familiares. Ela não ficará desassistida”, disse.
Como ocorreu a prisão
Após a prisão, familiares e amigos se mobilizaram pelas redes sociais para conseguir recursos para pagar advogado na Indonésia. Também foi contratado um tradutor, uma exigência da justiça. A família só conseguiu contato com a jovem, pela internet, em fevereiro deste ano.
Brasileiros foram executados
Em janeiro de 2015, foi colocado à frente do pelotão de fuzilamento o carioca Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, flagrado com 13 quilos de cocaína acondicionados na estrutura de uma asa delta.
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