Peru fecha acordo com EUA para retomar pacto de segurança aérea contra narcotráficoReprodução
Peru fecha acordo com EUA para retomar pacto de segurança aérea contra narcotráfico
Peruanos receberão assistência americana de radares, aeronaves, equipamentos, entre outros
O Peru anunciou, neste sábado, 12, que vai retomar a cooperação com os Estados Unidos para interceptar aviões no âmbito do combate ao narcotráfico, depois que Washington suspendeu um veto imposto em 2021 devido à derrubada acidental de uma aeronave com missionários americanos.
"Ontem (sexta-feira), o ministro da Defesa confirmou que se chegou a um bom acordo com os Estados Unidos na questão da interdição aérea, (...) Esse apoio vai ser retomado, foi suspenso este veto e vai permitir que o Peru possa fazer exercício e uso da interdição aérea não letal", disse o primeiro-ministro, presidente do Conselho de Ministros, Alberto Otárola, citado pela agência estatal Andina.
A medida marcará "um antes e um depois na luta contra o narcotráfico", acrescentou o homem forte do governo peruano e braço-direito da presidente Dina Boluarte.
A Força Aérea do Peru vai voltar a receber assistência americana não apenas de recursos, mas também de radares, aeronaves, equipamento e capacitação para atividades de interdição, segundo as autoridades peruanas.
O acordo para interceptar 'narco-aviões' foi alcançado esta semana durante visita a Washington do ministro peruano da Defesa, Jorge Chávez, que se reuniu com os Vice-secretários Adjuntos para o Hemisfério Ocidental dos Departamentos de Estado e de Defesa, Mark Wells e Daniel Erikson, e o assessor da Casa Branca em Segurança e Defesa, Juan Gonzalez.
A medida significa na retomada de uma estratégia bilateral de luta contra o narcotráfico, que o Peru aplicava conjuntamente com os Estados Unidos na década de 1990 e que foi suspensa em 2001. Naquele ano, um avião-caça peruano derrubou por engano um pequeno avião com missionários americanos. Duas pessoas morreram, o que levou à suspensão do acordo.
Em 2016, o Peru havia retomado a interceptação aérea unilateralmente e sem apoio externo. Uma lei permite derrubar as aeronaves se não acatarem ordens de pouso forçado.
Segundo a polícia, aviões modelo Cessna, geralmente com matrícula boliviana, aterrissam em pistas clandestinas, construídas por narcotraficantes na selva peruana para carregar cocaína e levá-la para Brasil e Bolívia.
Em cada viagem, as aeronaves conseguem transportar entre 150 e 250 quilos de drogas, de acordo com estimativas oficiais.
O Peru é um dos maiores produtores mundiais de folha de coca e cocaína, segundo organizações internacionais.
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