Abaya proibida nas escolasStephane Mahe/Reuters
Escolas na França impedem acesso de dezenas de jovens por uso de manto muçulmano
Quase 300 estudantes desafiaram a ordem e foram vestidas com a abaya. Nos colégios, a maioria aceitou retirar a túnica, mas 67 recusaram e foram mandadas para casa
As escolas francesas impediram a entrada de dezenas de jovens na segunda-feira, 4, no primeiro dia da volta às aulas, por se recusarem a retirar a abaya, uma peça de roupa usada pelas mulheres muçulmanas recentemente proibida, afirmou o ministro da Educação, Gabriel Attal, nesta terça, 5.
Desafiando a proibição de usar esta peça de corpo inteiro nas escolas, cerca de 300 jovens compareceram às suas escolas segunda de manhã assim vestidas, disse o ministro Attal à emissora BFM.
A maioria dos estudantes aceitou retirar a túnica, mas 67 se recusaram a fazê-lo e, por isso, foram mandadas para casa, explicou.
No mês passado, o governo anunciou a proibição do uso da abaya nas escolas, alegando que infringe as regras sobre laicidade na educação e que já proíbem o véu muçulmano.
A abaya cobre todo o corpo, exceto rosto, mãos e pés.
A proibição foi destacada pela classe política de direita, mas a esquerda argumentou que representa uma afronta às liberdades civis. A esquerda acusou o governo do presidente Emmanuel Macron de competir, com essa medida, com a política de extrema direita Marine Le Pen, a cerca de nove meses das eleições europeias.
Uma lei de 2004 proíbe o uso de símbolos, ou roupas, por meio dos quais os alunos mostrem, ostensivamente, uma afiliação religiosa nas escolas. Isso inclui as cruzes cristãs, o kipá judaico e os véus de cabeça islâmicos.
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