O Egito suspendeu o processo de liberação de estrangeiros na Faixa de Gaza neste domingo, 5. A informação foi confirmada pelo embaixador brasileiro Alessandro Candeas junto à Autoridade Nacional Palestina, na Cisjordânia. Mais de 2.700 estrangeiros, de um total de 7.500, cruzaram a fronteira antes do fechamento. Não há previsão para a retomada do processo de liberação dos estrangeiros
Segundo uma fonte do governo egípcio a Reuters, o principal motivo para a suspensão foi o bombardeio israelense contra um comboio de ambulâncias em Gaza. Do lado de Israel, a justificada é que os veículos carregavam combatentes do Hamas e, por isso, viraram alvos. Cerca de 13 pessoas morreram nas explosões.
Desde o dia 1 de novembro, o Brasil tenta convencer o governo de Israel a liberar os 34 brasileiros presos em Gaza. Mas os israelenses não os incluiram em nenhuma das quatro listas divulgadas até o momento. No sábado, 4, a última leva incluíu um total de 599 cidadãos de diversas nacionalidades.
O primeiro grupo, que reunia 450 cidadãos de alguns países europeus e da Austrália, além de trabalhadores de agências humanitárias, deixou Gaza na última quarta-feira, 1. Na quinta, 2, pela manhã, um segundo grupo, composto majoritariamente por americanos, cruzou o posto de Rafah em direção ao Sinai. Um terceiro grupo deixou Gaza na sexta, 3, mais uma vez, sem brasileiros.
O governo de Israel chegou a prometer ao Itamaraty que até a quarta-feira, 8, o grupo de deixaria o território palestino. A garantia foi dada pelo ministro de Relações Exteriores de Israel Eli Cohen ao chanceler Mauro Vieira por conversa telefônica na sexta-feira.
Segundo Gleisi, Israel discrimina o Brasil e não apresenta nenhuma justificativa para isso. A deputada ainda acusou Tel-Aviv de elaborar as listas de saídas de estrangeiros de Gaza com base em uma ‘hierarquia política’.
"O governo israelense sinaliza que estabeleceu uma hierarquia política para a liberação de civis, privilegiando alguns países em detrimento de outros", disse Gleisi em sua conta no X, o antigo Twitter. " Da mesma forma que defendemos a libertação dos reféns israelenses, não podemos admitir que civis brasileiros permaneçam ameaçados numa região sob massacre militar. Liberdade já para os brasileiros(as) em Gaza."
Apesar disso, a diplomacia brasileira diz que não há retaliação política na elaboração das listas, feitas em conjunto por Israel e Egito, após um acordo mediado no início da semana com auxílio de Estados Unidos e Catar.
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