Voto não é obrigatório nos Estados UnidosReprodução
Estes pleitos vão acontecer em um contexto internacional conturbado pelo conflito russo-ucraniano, pela guerra entre Hamas e Israel e pela tensão no Mar Vermelho.
Além disso, vão enfrentar o risco de estarem expostos à desinformação e às manipulações relacionadas com a Inteligência Artificial (IA), segundo os observadores. Confira, a seguir, as eleições mais significativas de 2024 de acordo com a AFP:
Estados Unidos terão uma revanche?
Esta 60ª eleição presidencial americana terá um ar de déjà-vu, com a revanche esperada entre o presidente democrata Joe Biden, de 81 anos, e seu antecessor republicano, Donald Trump, de 77.
Este possível enfrentamento entre veteranos será escrutinado com a perspectiva das polêmicas e informações falsas que marcaram a eleição presidencial de 2020. Trump jamais reconheceu sua derrota e alguns americanos seguem convencidos de que seu voto foi "roubado".
O Congresso aprovou em 14 de dezembro a abertura de um processo de destituição de Biden, motivado pelos negócios controversos de seu filho, Hunter, no exterior. A manobra não tem chances de sucesso.
Rússia: oposição amordaçada
À frente da Rússia há 23 anos, Putin modificou a Constituição em 2020, o que teoricamente o autorizaria a permanecer no poder até 2036, superando Josef Stalin como o dirigente mais longevo do Kremlin.
Nos últimos anos, a oposição e a sociedade russas foram reprimidas, tendo o conflito na Ucrânia como pano de fundo: os principais adversários políticos estão ou exilados ou presos, como Alexei Navalny, inimigo número um do Kremlin, que está na prisão desde 2021 e recentemente foi transferido para uma colônia penitenciária no Ártico russo.
México: duas mulheres disputam a Presidência
Duas mulheres são as favoritas para suceder o presidente Andrés Manuel López Obrador: a ex-prefeita da Cidade do México Claudia Sheinbaum, do partido no poder Morena (esquerda), que lidera amplamente as pesquisas, e a senadora Xóchitl Gálvez, por uma frente que reúne três partidos de oposição.
Venezuela: oposição pede inabilitação de Machado
Sua reeleição em 2018, considerada fraudulenta, não foi reconhecida por muitos países, entre eles os Estados Unidos.
Grande parte da oposição, que durante muito tempo esteve dividida, se uniu em torno da liberal María Corina Machado, apesar de ela lutar contra uma inabilitação judicial que pode impedir-lhe de concorrer.
Os Estados Unidos, que aliviaram em outubro, por seis meses, o embargo ao petróleo da Venezuela, exigem a suspensão da inelegibilidade dos opositores, entre eles María Corina Machado.
Índia: quase 1 bilhão de eleitores
O BJP, partido do primeiro-ministro Narendra Modi, no poder desde 2014, é apontado como o grande favorito nas pesquisas, já que seu nacionalismo seduz a maioria hindu.
Esta eleição acontecerá em um contexto de retrocesso nos direitos políticos e liberdades civis, segundo a ONG Freedom House.
UE: gigantesca eleição transnacional
Estas eleições podem se caracterizar por um novo avanço das forças eurocéticas, como evidencia o triunfo do partido de extrema direita e islamofóbico PVV no pleito legislativo dos Países Baixos.
A eleição para o Parlamento Europeu ocorre no momento em que a imigração é objeto de intensos debates em muitos dos 27 países e que o custo de vida dos europeus tem aumentado por conta da inflação.
Irã: 18 meses depois da morte de Mahsa Amini
A eleição anterior, de 2020, foi caracterizada pela desclassificação maciça de candidatos reformistas e moderados, restringindo o pleito na prática a uma disputa entre conservadores e ultraconservadores.
Senegal: eleição sob tensão?
O presidente Macky Sall, no poder desde 2012, designou em setembro o seu primeiro-ministro Amadou Ba como candidato de seu campo político, o que foi alvo de questionamentos internos.
O Conselho Constitucional publicou este mês uma lista provisória de 21 candidatos, na qual está ausente o opositor Ousmane Sonko, terceiro nas eleições presidenciais de 2019 e preso desde julho por "apelar à insurreição".
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