Noland Arbaugh perdeu os movimentos dos ombros para baixo após sofrer um acidenteReprodução

O primeiro paciente humano da Neuralink, a empresa de implantes cerebrais de Elon Musk, foi mostrado jogando xadrez em um computador apenas com a "força do pensamento". No vídeo, Noland Arbaugh, um homem de 29 anos que ficou tetraplégico após sofrer um acidente em 2018 que o paralisou dos ombros para baixo, diz que consegue mover o cursor na tela apenas "imaginando".
"É basicamente como usar a força (dos jedis de Star Wars)", explica Arbaugh. "Eu consigo movê-lo apenas olhando para algum lugar na tela que ele se move para onde eu quero". O vídeo foi transmitido ao vivo na conta da Neuralink pela plataforma X (antigo Twitter), também de Musk.
Além de xadrez, Arbaugh conta que passou oito horas seguidas jogando o título de estratégia Civilization VI e que só interrompeu a sessão para recarregar o implante - o que é feito sem o uso de fios, por aproximação. Além dos jogos, Arbaugh diz que está aprendendo diferentes idiomas com a ajuda do implante.
Em 2023, a Neuralink recebeu permissão da US Food and Drug Administration (FDA), a agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, concedeu à empresa de Musk a permissão de conduzir testes clínicos em humanos.
Três anos antes, a empresa realizou experimentos em um macaco, que aparece em um vídeo jogando pingue-pongue apenas com sua mente, após aprender a manipular um cursor pela tela usando um joystick. Segundo a revista americana Wired, porém, vários macacos que passaram pelos testes da Neuralink tiveram que ser sacrificados após sofrerem complicações graves incluindo "diarreia com sangue, paralisia parcial e edema cerebral".
De acordo com o jornal americano The Wall Street Journal, embora haja registros de 2004 de uma pessoa com paralisia capaz de controlar um cursor por meio de uma interface cérebro-computador, as tecnologias anteriores não permitiam a transmissão de dados sem fio, como a Neuralink. O fato de Arbaugh conseguir falar normalmente enquanto controla o cursor "telepaticamente" também demonstra um considerável avanço, segundo o jornal.