Joe Biden e Donald TrumpAFP
Segundo os últimos dados mensais publicados nesta quinta-feira (21) pela autoridade reguladora competente, o presidente democrata tinha à disposição mais de US$ 71 milhões (R$ 353 milhões) para sua campanha no final de fevereiro.
Isso é mais do que o dobro das reservas em dinheiro da campanha do magnata republicano (US$ 33,5 milhões no final do mês passado, o equivalente a R$ 166,8 milhões).
Na campanha eleitoral americana, o dinheiro, longe de ser um tabu, é motivo de orgulho para o lado que mais arrecada. A equipe de campanha de Joe Biden se apressou em criticar "Donald, o falido" em um e-mail sobre o magnata, famoso por colocar apelidos cruéis em seus rivais.
Se somadas as diferentes estruturas de financiamento em que se baseia, o democrata de 81 anos afirma ter um fundo de campanha de US$ 155 milhões (R$ 772 milhões), em comparação com os US$ 42 milhões (R$ 209 milhões) dos republicanos.
Donald Trump, sobrecarregado por processos e enfrentando quatro acusações criminais, gastou US$ 5,6 milhões (R$ 27,8 milhões) do seu comitê de financiamento "Save America" em fevereiro apenas para cobrir custos legais. E o ex-presidente republicano afirmou ser incapaz de oferecer à justiça de Nova York a garantia de que pagará US$ 454 milhões (R$ 2,26 bilhões) em multas por fraude financeiro em seu império imobiliário.
'Donald, sinto muito'
"Justo outro dia, um cara com aparência derrotada veio até mim e disse: 'Senhor presidente, preciso de sua ajuda, estou sobrecarregado de dívidas, estou completamente arruinado'. E eu tive que dizer a ele 'Donald, sinto muito, não posso te ajudar'", brincou, provocando risos e aplausos em seus seguidores.
O presidente se orgulha de ser o candidato da classe média e trabalhadora. Segundo a Forbes, ele tem uma fortuna pessoal de cerca de US$ 10 milhões (R$ 49,8 milhões), em comparação com os US$ 2,6 bilhões (R$ 12,9 bilhões) de Donald Trump.
Segundo especialistas, 2024 promete ser o ciclo eleitoral mais caro da história dos Estados Unidos, com montantes superiores aos US$ 14,4 bilhões (R$ 71,7 bilhões) gastos em 2020 nas diversas eleições: presidenciais, legislativas e locais.
Essas somas importantes são usadas para financiar as viagens dos candidatos, pagar às equipes, encomendar pesquisas ou custear anúncios na televisão.
Quando viajam, tanto Biden quanto Trump têm um duplo objetivo: mobilizar os eleitores durante os comícios e seduzir os doadores durante as recepções. Os apoiadores mais ricos estendem um cheque em troca de uma breve conversa, uma foto ou o privilégio de ouvir seu candidato favorito em um grupo reduzido.
Para se ter uma ideia dos valores arrecadados: na quarta-feira, Biden conseguiu US$ 2,5 milhões (R$ 12,4 milhões) durante uma reunião de uma hora em Dallas.
Trump também não fica atrás. O convite para uma noite com ele em 22 de fevereiro em Nashville (sul) anunciava uma entrada de US$ 1.000 (R$ 4.980) e mais de US$ 23.000 (R$ 114.500) por um acesso privilegiado, além de uma foto com o republicano.
Os montantes prometem ser ainda mais surpreendentes na arrecadação de fundos prevista para 28 de março em Nova York com Joe Biden e os ex-presidentes democratas Bill Clinton e Barack Obama.
O evento poderia arrecadar, segundo a NBC News, mais de US$ 10 milhões (R$ 49,8 milhões). Uma foto com os presidentes 42, 44 e 46 dos Estados Unidos custará pelo menos US$ 100.000 (R$ 498.000).
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