Boeing enfrenta uma crise após vários incidentes recentes com o modelo 737 MAXDivulgação
Publicado 15/05/2024 08:34
O Departamento de Justiça (DoJ) dos Estados Unidos afirmou que a Boeing não cumpriu algumas condições de um acordo que evitou processos criminais por dois acidentes do 737 MAX, que mataram 346 pessoas há quase cinco anos.
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A partir de agora, "a Boeing pode ser processada", escreveu o departamento em uma carta enviada a um tribunal federal no Texas.

Fontes do DoJ afirmaram que a Boeing não cumpriu suas obrigações no Acordo de Acusação Diferida (DFA, na sigla em inglês) ao "não projetar, implementar e aplicar um programa de ética e conformidade para prevenir e detectar violações das leis de fraude americanas em suas operações".

A justiça americana examina a possibilidade de processar ou não a fabricante de aviões, que enfrenta uma crise após vários incidentes recentes. "Acreditamos que honramos os termos do acordo", afirmou a Boeing à AFP. A empresa já planeja sua defesa.

As autoridades americanas também planejam uma reunião com as famílias das pessoas que morreram nos acidentes do voo 610 da Lion Air e do voo 302 da Ethiopian Airlines.

"Este é um primeiro passo positivo. E para as famílias algo muito aguardado", disse o advogado Paul Cassell, que representa parentes de vítimas dos acidentes.

Cassell pediu novas ações do Departamento de Justiça e acrescentou que vai procurar detalhes sobre uma "solução satisfatória" para as irregularidades da Boeing.

O primeiro acidente aconteceu em outubro de 2018 com um 737 MAX 8 operado pela companhia Lion Air. A queda no Mar de Java, Indonésia, deixou 189 mortos.

Cinco meses depois, em março de 2019, um Boeing 737 MAX 8 da Ethiopian Airlines caiu ao sudeste da capital etíope Adis Abeba e as 157 pessoas a bordo morreram na tragédia.

Os dois aviões caíram pouco depois da decolagem e as investigações apontaram problemas com o sistema de voo automatizado. O modelo 737 MAX foi retirado temporariamente de serviço ou vetado do espaço aéreo internacional.

A Boeing enfrenta várias investigações e auditorias nos Estados Unidos e em outros países. A empresa afirma que está trabalhando "com total transparência e sob a supervisão" da FAA (Administração Federal de Aviação).
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