Kelly Andrade foi gravada em seu quarto por cerca de três semanasReprodução / NBC New York
Babá é indenizada em R$ 15 milhões após ser filmada sem roupa por patrão
Quarto da colombiana Kelly Andrade, de 25 anos, tinha uma câmera escondida que registrou 'centenas' de vídeos
A Justiça dos Estados Unidos determinou, na semana passada, que a babá colombiana Kelly Andrade, de 25 anos, seja indenizada em US$ 2,78 milhões (cerca de R$ 15,3 milhões). Ela foi gravada por uma câmera escondida na casa em que vivia e trabalhava no condado de Staten Island, em Nova Iorque. Segundo o processo, a jovem aparece nua em diversos registros, na residência do empresário de fast-food Michael Esposito e sua mulher, Danielle.
Kelly trabalhava de au pair, quando pessoas viajam a outros países para morar com uma família anfitriã e cuidar das suas crianças como forma de trabalho remunerado. Em entrevista ao jornal americano "New York Post" publicada no último domingo (22), a vítima contou que estava ansiosa pela oportunidade de morar nos Estados Unidos e que tomava conta dos quatro filhos do casal. O caso aconteceu em março de 2021.
Após três semanas em sua nova moradia, Andrade começou a desconfiar de como seu chefe frequentemente ajustava o detector de fumaça no quarto em que dormia. Ao examinar o local, a babá descobriu a filmadora, com um cartão de memória que continha "centenas" de vídeos dela sem roupas ou se vestindo.
De acordo com a denúncia, Michael chegou em casa e tentou arrombar a porta da colombiana em "minutos", quando percebeu que o dispositivo foi descoberto. A jovem fingiu estar dormindo e, em seguida, aproveitou para fugir do local, pulando a janela e correndo na rua. Depois de passar a noite na rua, foi a uma delegacia próxima e entregou o chip com os arquivos.
Kelly processou o chefe, que foi preso em 24 de março de 2021 por vigilância ilegal, mas evitou a pena, que pode chegar a quatro anos sob a condição de cumprir liberdade condicional e aconselhamento. Para a vítima, isso "não foi o suficiente".
Mesmo o pagamento superior a R$ 15 milhões não basta, na visão de Andrade. "Fiquei com raiva porque o dano que ele me causou é irreversível", afirmou, chorando. Hoje em dia, ela mora em Nova Jérsei com o marido e busca encorajar outros au pairs e imigrantes que estejam passando por situações de abuso.
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