Israel acusa Yahya Sinwar de ser um dos mentores do ataque mortal lançado em 7 de outubro pelo HamasAFP
O Hamas, no poder em Gaza, não confirmou a morte de seu líder. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que "o mal sofreu um duro golpe", mas que "a guerra ainda não terminou".
O presidente israelense, Isaac Herzog, pediu para que ações sejam tomadas para libertar os reféns mantidos em Gaza. "Agora, mais do que nunca, devemos agir de todas as maneiras possíveis para trazer de volta os 101 reféns que ainda estão sendo mantidos em condições horríveis pelos terroristas do Hamas em Gaza", afirmou Herzog.
Sinwar, uma figura radical e discreta, era considerado um dos arquitetos do ataque mortal lançado em 7 de outubro de 2023 pelo Hamas em território israelense, que desencadeou a guerra em Gaza.
Aos 61 anos e chefe do movimento islamista palestino em Gaza desde 2017, ele foi nomeado líder político do Hamas no início de agosto, após a morte de Ismail Haniyeh, assassinado em 31 de julho, em Teerã, em um atentado atribuído a Israel.
O presidente republicano da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Mike Johnson, aplaudiu "a morte" do líder do Hamas, a quem qualificou de "pessoa vil e repugnante", afirmando que se trata de um "alívio" para o povo de Israel.
O anúncio de sua morte ocorre semanas após Israel ter assassinado o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um bombardeio no Líbano, onde o exército israelense lançou em 23 de setembro uma ofensiva aérea, reforçada por operações terrestres uma semana depois.
Nos últimos meses, outros comandantes do Hezbollah, uma formação apoiada pelo Irã, foram mortos.
Israel afirmou há meses que havia matado Mohammed Deif, o chefe militar do Hamas, embora o movimento islamista palestino não tenha confirmado a informação. Deif foi acusado de planejar, junto com Sinwar, o ataque de 7 de outubro.
Guerra em várias frentes
Pelo menos 42.438 palestinos, também em sua maioria civis, morreram na ofensiva de retaliação israelense em Gaza, segundo dados do Ministério da Saúde do território, considerados confiáveis pela ONU.
Após esses ataques, Netanyahu prometeu esmagar o Hamas e trazer os reféns de volta para casa.
Desde então, Israel ampliou o alcance de suas operações para o Líbano, onde o Hezbollah, aliado do Hamas, abriu uma frente com ataques que forçaram dezenas de milhares de israelenses a fugir de suas casas.
Nesta quinta-feira, o exército israelense bombardeou a cidade costeira de Tiro, segundo imagens da AFPTV, após Israel emitir um chamado para evacuar a área. Pouco antes, bombardeou a cidade síria de Latakia, em um ataque que visava destruir um alvo do Hezbollah.
Os Estados Unidos, principal aliado de Israel, realizaram vários ataques com bombardeiros B-2 contra instalações subterrâneas no Iêmen, controladas pelos rebeldes huthis para armazenar armamento.
As forças israelenses realizam há uma semana bombardeios e operações terrestres no norte de Gaza e na área de Jabaliya, onde afirmam que o Hamas está tentando reagrupar suas forças.
Além das duras condições humanitárias e da devastação do território palestino, a guerra impactou drasticamente a economia. Quase toda a população de Gaza "vive na pobreza", alertou a Organização Internacional do Trabalho (OIT) em um relatório.
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