Manifestantes tomaram as ruas pelo quarto dia consecutivo em RomaFilippo Monteforte/AFP
"Somos todos palestinos!", "Palestina livre!", "Parem o genocídio!", repetiam manifestantes em Roma, onde uma multidão tomou as ruas pelo quarto dia consecutivo, após a interceptação da flotilha de 45 embarcações, nesta semana. Os organizadores anunciaram 1 milhão de manifestantes, e a polícia italiana citou 250.000 participantes.
Em Barcelona, cerca de 70 mil manifestantes, segundo a polícia, percorreram a cidade em um clima de paz, em um dos protestos que ocorreram na Espanha. Já em Dublin, milhares de pessoas saíram em passeata no centro da capital para lembrar o que os organizadores chamaram de "dois anos de genocídio" na Faixa de Gaza.
Irlanda e Espanha estão entre os países europeus mais críticos da ofensiva militar israelense, lançada em resposta aos ataques do Hamas de 7 de outubro de 2023.
Na Itália, o governo de direita é alvo de críticas por falta de ação. A premier Giorgia Meloni acusou hoje os manifestantes de vandalizarem uma estátua do papa João Paulo II em frente à estação central de Roma: "Dizem se manifestar pela paz, mas insultam a memória de um homem que foi um verdadeiro defensor e construtor da paz."
"A política de Israel está errada há muitos anos, e temos que ir às ruas", disse à AFP a aposentada Marta Carranza, 65, que participou da manifestação em Barcelona.
Em Madri, 92.000 pessoas foram às ruas, segundo a Delegação do Governo na cidade. "Somos nós, aqueles cujas vidas não correm risco, que temos que lutar por aqueles que estão realmente sofrendo", disse à AFPTV o estudante Marcos Pagadizabal, 19, que participou da passeata.
"Era de se esperar que viesse muita gente hoje, porque há muita mobilização, e as pessoas estão acordando", disse em Barcelona o professor de escola primária Jordi Bas, 40, que agitava uma bandeira palestina. "É a única coisa que pode dar à população palestina um pouco de ânimo, ver que o mundo inteiro se mobiliza em solidariedade."
Na Irlanda, os oradores pediram sanções contra Israel e o fim imediato do conflito. Também exigiram que os palestinos participem de um plano de cessar-fogo. "Qualquer plano elaborado sem a participação da liderança ou da população afetada deve ser questionado", disse o médico John-Paul Murphy, 37 anos.
Em Londres, a polícia reportou 355 prisões durante uma concentração em apoio ao grupo proibido Ação Palestina.

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