Publicado 05/08/2021 05:50
O incêndio que atingiu o galpão da Cinemateca Brasileira, em São Paulo, no dia 29 de julho me trouxe à lembrança a tragédia com o Museu Nacional, ocorrida em 2018. Até quando vamos assistir ao desmantelamento dos nossos bens culturais, que são a memória do nosso povo?
Na Cinemateca, as chamas podem ter consumido quatro toneladas de documentos sobre o cinema no Brasil, equipamentos que eram relíquias para um futuro museu e parte do acervo de Glauber Rocha. Ou seja, 60 anos de história, toda a memória da política pública de apoio ao cinema, segundo especialistas.
No caso do Museu Nacional, considerada a maior tragédia museológica do país, houve perda de 80% do acervo. Coleções inteiras foram destruídas. Duzentos anos de história.
Os ossos do primeiro dinossauro de grande porte montado no Brasil, o Maxakalisaurus topai, de 13 metros de comprimento, viraram cinza, como revelou a revista Piauí. As raríssimas múmias de nativos da Amazônia também. Assim como coleções botânicas de Dom Pedro II e 98% do acervo de insetos do Departamento de Entomologia, o mais afetado.
Nem a Cinemateca, nem o Museu Nacional se incendiaram por mera fatalidade, de acordo com pesquisadores e técnicos da área de Patrimônio. A falta de investimento nas instituições públicas brasileiras de memória é evidente. Um olhar mais atento para essa situação poderia evitar tragédias futuras. Quantos outros museus e cinematecas terão de arder em chamas para sensibilizar nossas autoridades?
Como escritora com um trabalho voltado à área da Educação, trago uma reflexão. Será que estamos ensinando nossos jovens a valorizar e cuidar das raízes, do nosso passado, da cultura e da nossa própria história? Quanto mais cedo se aprende sobre o patrimônio de uma sociedade e o que ele representa, mais ele é preservado. Crianças são multiplicadoras das boas práticas e acho que devemos trazer para a sala de aula esse debate.
O incêndio do Museu Nacional mexeu demais comigo. Um dia, tive a inspiração de recontar essa tragédia em um livro infantil, incluindo curiosidades sobre aquele espaço tão rico em cultura, que um que um dia abrigou a família imperial brasileira. Lançado em abril deste ano, ele começa a ser adotado em escolas do país.
No caso do Museu Nacional, considerada a maior tragédia museológica do país, houve perda de 80% do acervo. Coleções inteiras foram destruídas. Duzentos anos de história.
Os ossos do primeiro dinossauro de grande porte montado no Brasil, o Maxakalisaurus topai, de 13 metros de comprimento, viraram cinza, como revelou a revista Piauí. As raríssimas múmias de nativos da Amazônia também. Assim como coleções botânicas de Dom Pedro II e 98% do acervo de insetos do Departamento de Entomologia, o mais afetado.
Nem a Cinemateca, nem o Museu Nacional se incendiaram por mera fatalidade, de acordo com pesquisadores e técnicos da área de Patrimônio. A falta de investimento nas instituições públicas brasileiras de memória é evidente. Um olhar mais atento para essa situação poderia evitar tragédias futuras. Quantos outros museus e cinematecas terão de arder em chamas para sensibilizar nossas autoridades?
Como escritora com um trabalho voltado à área da Educação, trago uma reflexão. Será que estamos ensinando nossos jovens a valorizar e cuidar das raízes, do nosso passado, da cultura e da nossa própria história? Quanto mais cedo se aprende sobre o patrimônio de uma sociedade e o que ele representa, mais ele é preservado. Crianças são multiplicadoras das boas práticas e acho que devemos trazer para a sala de aula esse debate.
O incêndio do Museu Nacional mexeu demais comigo. Um dia, tive a inspiração de recontar essa tragédia em um livro infantil, incluindo curiosidades sobre aquele espaço tão rico em cultura, que um que um dia abrigou a família imperial brasileira. Lançado em abril deste ano, ele começa a ser adotado em escolas do país.
Humildemente, acredito que possa estar colaborando para mostrar a estas crianças, que serão futuros gestores, que é preciso respeitar nossos pesquisadores, nossas instituições, nossa memória e nosso patrimônio cultural.
Isa Colli é jornalista e escritora
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