Reconstituição do crimeAlexandre Brum / Agência O Dia
Por Raimundo Aquino
Publicado 11/05/2018 05:07 | Atualizado 12/05/2018 03:02

Rio - A Polícia Civil realizou, durante mais de cinco horas, a reconstituição do assassinato da vereadora do Psol, Marielle Franco, e de seu motorista Anderson Gomes. Marcada para às 22h de quinta-feira, os trabalhos dos policiais só começaram por volta das 23h. A reprodução simulada, dividida em três fases, seguiu pela madrugada de sexta e contou com a presença de quatro testemunhas que presenciaram o crime, dentre elas a assessora de Marielle que estava no carro junto com a parlamentar.

O secretário estadual de Segurança, o general Richard Nunes, o chefe da Polícia Civil, o delegado Rivaldo Barbosa, a viúva da parlamentar, Mônica Benício, e o deputado estadual Marcelo Freixo (Psol) também acompanharam tudo de perto.

Para realizar os trabalhos, a polícia interditou, desde às 20h de quinta, parte da Rua Joaquim Palhares e totalmente a Rua João Paulo I, onde aconteceu o crime, na noite de 14 de março. Plásticos pretos foram colocadas em volta da área do assassinato para impedir a visão da imprensa e de curiosos. Além disso, o espaço aéreo para helicópteros e drones foi fechado. Voos comerciais continuaram sobrevoando a região normalmente.

Policiais fazem a reconstituição com o carro que simula o dos assassinosAlexandre Brum / Agencia O Dia

Primeiramente, apenas um Gol branco simulando o veículo em que estava Marielle, sua assessora e o motorista passou pelo crivo dos policiais. Os agentes refizeram parte do trajeto do automóvel na região, com ele saindo da Joaquim Palhares e entrando na João Paulo I, fotografando e filmando tudo diversas vezes.

Em um segundo momento, um carro cinza representando o que estavam o assassinos entrou em ação. Do mesmo ponto de partida da Joaquim Palhares, o veículo seguiu emparelhando o Gol pela João Paulo I.

Tiros de verdade

A polícia divulgou que na reconstituição seriam feitos disparos de tiros reais de vários calibres para que as testemunhas reconhecessem pelo som o armamento usado no assassinato. Por volta das 2h50, os jornalistas que estavam nas áreas de bloqueio ouviram os primeiros disparos. 

Ao longo de toda a reconstituição foram feitos pelo menos cinco outros disparos, intercalados entre rajadas e tiros isolados. Eles sempre aconteciam após o soar de uma sirene.

Depois da fase com os tiros, por volta das 4h15, a reconstituição chegou ao fim, após mais de cinco horas de duração. As ruas interditadas ao trânsito foram liberadas logo em seguida.

Policiais fazem a reconstituição com o carro que simula o dos assassinosAlexandre Brum / Agencia O Dia

Fatos divulgados pela imprensa

Antes da reconstituição, o delegado titular da Delegacia de Homicídios da Capital (DH), Giniton Lages, conversou com jornalistas sobre os trabalhos que seriam realizados. "Não temos imagens do momento em que o crime ocorre. Então, em investigações que esse problema ocorre, há reprodução simulada, pois essa se mostra uma ferramenta imprescindível", ele defendeu a reconstituição.

O delegado também comentou as informações sobre o inquérito vazadas pela imprensa nos últimos dias. "Dados sobre a investigação seguem em sigilo. Outros (dados) que não pertencem a investigação e que acabaram sendo divulgados por uma outra outra mídia, a Divisão de Homicídios continuará cumprindo seu protocolo que é não confirmar nenhuma informação apresentada por qualquer mídia. É preciso garantir para o sucesso dessa investigação, em razão de sua complexidade, absoluto sigilo", afirmou.

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