Rio - O enterro do catador Luciano Macedo, 28 anos, acontecerá na tarde desta sexta-feira, no Cemitério do Caju, na Zona Portuária. Luciano levou três tiros no último dia 7 ao tentar ajudar a família do músico Evaldo dos Santos Rosa, o Manduca, 51, que teve o carro atingido por 83 tiros disparados por militares do Exército, quando passava por Guadalupe, na Zona Norte. O músico morreu na hora. Os militares confundiram o carro de Evaldo com um veículo também branco que havia sido roubado por ladrões.
Luciano morreu na madrugada desta quinta, depois de 11 dias internado no Hospital Carlos Chagas, em Marechal Hermes. Em nota, a Secretaria estadual de Saúde disse que "todos os esforços clínicos necessários foram realizados por profissionais multidisciplinares do Hospital Estadual Carlos Chagas com o objetivo de oferecer o melhor atendimento ao paciente Luciano Macedo, vítima de perfuração por arma de fogo que deu entrada na unidade no último dia 7".
Parentes de catador morto pelo Exército reclamam que não tiveram ajuda dos militares
A secretaria esclareceu que o paciente "apresentava estado de saúde gravíssimo desde a entrada na unidade, o que impossibilitava sua transferência". No quarta-feira, Luciano foi submetido a uma cirurgia torácica, mas acabou morrendo às 4h20 da madrugada de ontem. O catador deixou a mulher, Daiana Horrara, grávida de cinco meses.
A ONG Rio de Paz conseguiu, por meio de doações, enxoval para o bebê e dinheiro para alugar casa para a viúva. De acordo com o advogado da família do catador, João Tancredo, nove tiros disparados pelos militares atingiram outro veículo estacionado do outro lado da rua.
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