Carvão ativado sendo jogado na Estação GuanduReprodução/TV Globo
Por O Dia
Publicado 28/01/2021 16:35
Rio - Após relatos de moradores de vários bairros do Rio sobre o gosto estranho e o cheiro ruim da água, no início da semana passada, a Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) confirmou, nesta quinta-feira (28), ao receber o resultado da análise feita na água, aquilo que muitos desconfiavam: foi constatada a presença de geosmina na Estação Guandu, responsável por abastecer a Região Metropolitana do estado fluminense. Segundo o presidente da Cedae, Edes Fernandes de Oliveira, o laudo mostrou que houve uma alta repentina do composto químico a partir do dia 9 de janeiro.
Ainda de acordo com Edes, a concentração de geosmina neste ano foi de 0,02 microgramas por litro, o que configura uma taxa 100 vezes menor do que no começo de 2020, quando o Rio também foi afetado pela alteração na água, ainda antes da pandemia do novo coronavírus eclodir no país. Para resolver o transtorno da presença desse composto químico na distribuição, está sendo utilizado carvão ativado na Estação Guandu.
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Procurada pela reportagem do O DIA, a Cedae afirmou que "a água distribuída no Rio de Janeiro encontra-se dentro dos padrões de potabilidade e consumo. E que os resultados da análise das amostras por laboratório externo apresentaram traços de geosmina/Mib em níveis muito baixos, o que explica as alterações de gosto e odor, mas ainda assim atende aos parâmetros do Ministério da Saúde.
Ainda segundo a companhia, "o aumento da dosagem de carvão ativado utilizado de forma contínua na entrada da estação atua na remoção da geosmina. A Cedae também monitora a quantidade e espécies de algas na lagoa e aplica a argila ionicamente modificada com o objetivo de diminuir a proliferação das algas no local".
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Reclamações começaram há uma semana
Os relatos de que a água distribuída pela Cedae estava com gosto estranho e coloração anormal começaram na semana passada. Moradores de vários bairros do Rio, como Estácio, Ilha do Governador e Cordovil, na Zona Norte da cidade, reclamaram das condições do líquido, que não aparentava estar limpo. 
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"Eu, aos trancos e barrancos, ainda consigo comprar água para beber por fora se precisar, mas e quem não pode? Pagamos por esse serviço porco feito pela Cedae. É uma vergonha eles cometerem o mesmo erro duas vezes e nós pagarmos por isso", se queixou Jeorge Barroso, morador do bairro Zumbi, na Ilha do Governador.
Em Campo Grande, na Zona Oeste do município, uma moradora relatou que a água voltou a chegar transparente e sem odor, mas que o gosto de terra ainda era sentido. "Limpamos o filtro, mas só resolveu uma parte do problema. Seguimos aguardando", contou a professora Rosa Pacheco, de 67 anos.
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Alguns dias se passaram e, nesta terça-feira (28), mais pessoas se utilizaram das redes sociais para fazer reclamações sobre as condições da água. Moradores dos bairros de Jacarepaguá, Campo Grande e Santa Cruz, na Zona Oeste, e Maracanã, Cascadura, Cachambi, Marechal Hermes e Santa Teresa, na Zona Norte, voltaram a trazer relatos críticos da situação de fornecimento por parte da Cedae.
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